A proposta de aumento do salário dos vereadores de Florianópolis foi aprovada em dezembro de 2023 e entrará em vigor a partir de janeiro de 2025. Enquanto isso, a maioria do povo enfrenta o custo de vida mais caro que 66% das cidades da América Latina.
Gabriel GB | Florianópolis (SC)
BRASIL – A Câmara Municipal de Florianópolis aprovou, para 2025, o aumento de salário dos vereadores em 48%. O salário que atualmente é de R$17.539,20 irá, já em 1 de janeiro, para R$24.794,79, e a partir de fevereiro para R$26.080,98. A aprovação deste projeto reafirma que a maioria esmagadora dos que hoje compõem as cadeiras do legislativo não são representantes do povo, mas das elites e de seus interesses econômicos e políticos.
Para efeito de comparação, um só vereador de Florianópolis irá receber o equivalente ao salário de 6 professores da rede de ensino básico. Levando em consideração que o município conta com 23 vereadores, serão gastos por ano mais de R$7 milhões.
Este dinheiro que poderia estar sendo investido em políticas públicas para que os trabalhadores tenham uma melhor qualidade de vida, irá para o grande empresariado de Florianópolis, em cargos de vereadores, se conservando no poder.
Plano da prefeitura é excluir a população pobre
A proposta de aumento dos salários foi apresentada pela mesa diretora da Câmara, presidida por João Cobalchini (MDB), aliado do atual prefeito, o milionário e empresário, candidato à reeleição Topázio Neto (PSD).
Tratam-se de políticos ricos, representantes da direita, que fazem da Prefeitura seu balcão de negócios, enquanto fecham postos de saúde, empurram a população pobre para os morros sem acesso ao saneamento básico e com esgoto a céu aberto.
Na contramão dos altos salários recebidos pelos vereadores estão as difíceis condições de vida e a carestia. A média salarial no estado de Santa Catarina é de R$1.600,00, ao passo que o custo de vida na cidade de Florianópolis gira em torno de R$6.417,00. Gastos que vão principalmente para o aluguel, fazendo da capital a terceira mais cara do país para se viver. Nesse cálculo, o que um único vereador recebe em 1 mês, um trabalhador, com sorte, recebe em 1 ano e 4 meses de trabalho.
Como se não bastasse, a Câmara dos Vereadores aprovou em março, por proposta do executivo, um projeto de lei (PL 19.044/2024) que permite a internação forçada de pessoas que vivem em situação de rua. O tamanho absurdo e desumanização desta proposta indignou a população e fez com que o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) notificasse a Prefeitura por irregularidades.
Representantes do povo para enfrentar os ricos
Enquanto a classe dominante elege seus representantes financiando suas campanhas milionárias para que, após eleitos, continuem promovendo ataques e mais exclusão à classe trabalhadora, a Unidade Popular pelo Socialismo (UP) acredita que são justamente os trabalhadores que devem decidir os rumos da política e para onde vão os recursos de Florianópolis.
Foi com esse objetivo que a UP oficializou as candidaturas de Amanda Wenceslau, jovem, estudante do IFSC e Professor Pedro, profissional de educação do estado, para candidatura ao cargo de vereadores. Em uma campanha antifascista, que conta com um programa popular e e pelo socialismo, em contraponto a atual política da burguesia.
De fato, o povo de Florianópolis não quer mais saber de candidatos e vereadores ricos, que utilizam do poder para interesses próprios, mas sim de representantes legítimos da classe que constrói toda a riqueza. Para que, desta forma, o povo ocupe os cargos de decisão e de poder, construindo a verdadeira democracia popular.