Ato político e cultural em defesa do mandato de Glauber Braga reuniu artistas e movimentos sociais no Circo Voador, ponto tradicional do Rio de Janeiro.
Felipe Annunziata | Redação
BRASIL – Milhares de pessoas se reuniram, na noite desta segunda (26), num ato político em defesa do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). Glauber é vítima de perseguição política da parte do presidente da Câmara, o latifundiário Arthur Lira (PP-AL), e de diversos deputados fascistas.
Até agora, o processo de cassação se encontra em andamento no Conselho de Ética da Câmara, onde já foram ouvidas três testemunhas indicadas pelo relator do processo, entre elas o deputado do Movimento Brasil Livre, Kim Kataguiri. Nas oitivas ao contrário do que a bancada fascista queria, ficou provada a inocência de Glauber e o envolvimento do Movimento Brasil Livre com militantes simpáticos ao neonazismo.
Durante o ato no Rio, Glauber lembrou das ligações desse movimento de direito com o nazismo. “Tem muita coisa grave nessa relação que o MBL estabelece com grupos supremacistas brancos e lideranças nazistas, tem muito mais coisas para aparecer. E eles estão tentando fundar um partido político, e quando ficar evidenciada essas relações vai ficar muito difícil conseguir formalizar esse partido. O Brasil não precisa de partido político de gente que acoberte ou tenha relações próximas com nazistas e supremacistas brancos. E se esse processo servir para demonstrar isso, uma tarefa importante já vai ter sido desempenhada.”
No entanto, numa manobra regimental, o relator Paulo Magalhães (PSD-BA) barrou quatro testemunhas indicadas por Glauber. Todas elas foram indicadas por também serem em algum grau vítimas de perseguição política de Arthur Lira. O objetivo é evitar que o deputado socialista consiga demonstrar a perseguição política da qual é vítima.
Ato contou com diversos partidos políticos e movimentos sociais
Revezando com diversas atrações culturais, o ato no Circo Voador, reuniu lideranças de partidos políticos e movimentos sociais. Entre eles, esteve presente no evento o presidente nacional da Unidade Popular Leonardo Péricles, que reforçou a mobilização do partido em solidariedade ao parlamentar.
“Estamos num país onde a maioria dos parlamentares está envolvida em casos de corrupção, em orçamento secreto e sabemos que querem cassar o mandato do Glauber porque querem que os verdadeiros criminosos fiquem impunes. Por falar em impunidade, estamos num momento chave do Brasil, onde esses generais golpistas tramaram um golpe com o ex-presidente da república e colaboração de muitos parlamentares que não apareceram com o nome para responder a processo e irem para a cadeia.”, afirmou Léo Péricles.
A exigência de punição para Bolsonaro e os generais fascista foi também outro ponto forte da manifestação. Desde o surgimento das novas notícias sobre os planos golpistas da quadrilha de Bolsonaro, tem aumentado a pressão dos movimentos populares pela prisão de Bolsonaro e dos militares golpistas.
Agora, o processo contra Glauber deve ter um novo passo nesta quarta (27), quando outra testemunhas de defesa serão ouvidas. A expectativa é que até o início de dezembro o relator apresente seu voto no Conselho de Ética.