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quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Ato em Mauá exige moradia popular e cessão de imóvel para a Casa Helenira Preta

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Nesta quarta-feira (22/1), manifestação exigiu que a Prefeitura de Mauá viabilize um projeto de 200 casas populares conquistado pelo MLB e ceda um espaço definitivo para o trabalho do Movimento de Mulheres Olga Benario na cidade

Redação SP


Nesta quarta-feira (22/1), o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e o Movimento de Mulheres Olga Benario realizaram um ato que reuniu dezenas de pessoas no centro de Mauá (SP). A mobilização reivindicou que a prefeitura da cidade entregue os documentos necessários para o início das obras do projeto do Minha Casa Minha Vida Entidades conquistado pelo MLB e faça a cessão do imóvel prometido no ano passado para o movimento de mulheres.

Cerca de 30 mil famílias compõem o déficit habitacional do município, localizado na Região Metropolitana de São Paulo. Além disso, em 2024, Mauá foi a segunda cidade do ABC Paulista com mais denúncias de violência contra as mulheres e a primeira no número de casos de violência contra crianças, em sua maioria casos de violência sexual. Por isso, os movimentos defenderam que a Prefeitura precisa ser mais ágil no encaminhamento dos dois projetos.

Histórico de luta em Mauá

Organizando o povo contra a situação de falta de moradia, o MLB já promoveu duas ocupações na cidade. Uma delas foi a Ocupação Manoel Aleixo, promovida em 2020 em uma escola abandonada no bairro da Vila Bocaina. Por sua vez, a Ocupação Antonio Conselheiro teve início no ano de 2022, em um terreno que não cumpria função social no Jardim Estrela.

Já o Movimento de Mulheres Olga Benario realizou na cidade as ocupações de mulheres Helenira Preta, também na Vila Bocaina em 2017, e Helenira Preta II, em uma escola abandonada no Vila Mercedes. As ocupações foram feitas para denunciar que Mauá é uma das cidades com piores índices de violência contra as mulheres e que há uma falta de políticas específicas para as mulheres no município. Como fruta da luta do movimento, após a primeira ocupação, foi inaugurada a secretaria da mulher de Mauá. As ocupações se tornaram centros de referência para acolher mulheres em situação de violência, além de serem o primeiro espaço especializado no atendimento às mulheres da cidade.

“Na época que eu fui agredida, eu tinha 17 anos, era muito nova e não conhecia o movimento de mulheres. Meus pais não apoiaram que eu fizesse uma denúncia e desde então nada foi feito. Passei um ano sendo agredida. Hoje, depois de conhecer o Movimento de Mulheres Olga Benario e as ocupações do movimento, penso como seria importante ter conhecido esses espaços antes, para ter companheiras que me apoiam e um local de acolhimento”, relata Julia Calchi, que hoje faz parte do movimento.

Por moradia e pela Casa Helenira

Fruto das ocupações realizadas, foi conquistado um projeto para a construção de 200 casas por meio da programa Minha Casa Minha Vida Entidades. Mesmo assim, os movimentos seguiram na luta, realizando atos para que a prefeitura cedesse um terreno na cidade e viabilizasse a construção das casas.

Foi para levar adiante essa mobilização que, na quarta-feira, as famílias do MLB e as mulheres do Movimento de Mulheres Olga Benario se reuniram em caminhada até a Paço Municipal para reivindicar o encaminhamento dos documentos necessários à contratação do projeto das casas. além da inauguração de um espaço definitivo prometido pela gestão para a Casa Helenira Preta.

Em um contexto de arrocho salarial, aumento do custo de vida e teto de gastos para os investimentos sociais, os movimentos defendem que só a luta por uma vida digna e pelo socialismo trará conquistas como o fim da violência contra as mulheres e a construção de moradia popular para todos os que precisam. No capitalismo, os direitos dos trabalhadores seguem sendo cortados, enquanto as fortunas dos grandes ricos continua crescendo.

“É por isso que a gente luta, pra que o ser humano não precise se humilhar! A vida é muito miserável no sistema capitalista. A gente luta pra gente ter uma casa enquanto a gente tá vivo”, defende Selma Almeida, coordenadora do MLB em Mauá.

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