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quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Descaso do Estado faz famílias perderem tudo nas chuvas de Santa Catarina

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O governador Jorginho Mello (PL), assim como os prefeitos, se negou a oferecer ajuda e fez pouco caso dos efeitos das chuvas sobre a população de Santa Catarina. Por sua vez, organizações populares como o MLB e o Movimento Correnteza rapidamente organizaram ações de solidariedade aos atingidos

Thiago Augusto Zeferino | Redação SC


Na última quinta-feira (16/1), fortes chuvas atingiram o estado de Santa Catarina. Milhares de trabalhadores tiveram suas casas destruídas e ocorreram deslizamentos e enxurradas, especialmente em encostas, favelas e ao redor de rios, onde está localizada a população mais pobre.

Ao todo, 13 cidades catarinenses entraram em estado de emergência: Camboriú, Governador Celso Ramos, Tijucas, Biguaçu, Porto Belo, Ilhota, Balneário Camboriú, Itapema, São José, Palhoça, Gaspar, São Pedro de Alcântara e a capital Florianópolis.

Dados fornecidos pelas prefeituras apontam que mais de mil pessoas se encontram completamente desabrigadas e outras 1.300 se refugiaram em casas de amigos ou parentes. Apenas em Camboriú, cidade localizada na região do Vale do Itajaí, cerca de 300 famílias ficaram ilhadas ou desabrigadas por conta dos alagamentos.

Chuvas escancaram negligência estatal

Todos os anos, na temporada de chuvas do início do ano, o povo catarinense sofre com novas enchentes e deslizamentos. Apesar disso, os governos e prefeituras não tomam medidas para impedir que esses fenômenos causem mortes e desalojamentos. Essas tragédias desmascaram a falsa propaganda de que Santa Catarina é um estado “seguro” e “que só melhora”, muito difundida por esses mesmos governos. Na realidade, a melhoria é para os muito ricos e o desalento atinge a maioria dos trabalhadores.

Apesar da situação crítica, o atual governador, Jorginho Mello (PL), em entrevista à imprensa negou ajuda do Governo Federal, alegando que a situação estava “sob controle” e acrescentou dizendo que “já houveram situações piores”.

Povo organizado dá exemplo de solidariedade

Na capital Florianópolis, bairros como o Alto Pantanal, estão até o presente momento sem receber visita da Defesa Civil e apenas obtiveram apoio por conta do trabalho das brigadas de solidariedade organizadas pela Unidade Popular (UP) e pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que subiram os morros para falar com as pessoas e levar lonas e outros materiais de ajuda arrecadados.

Ações similares também foram organizadas em outras regiões do estado, como em Joinville, onde as brigadas de solidariedade da UP e do MLB distribuíram alimentos, roupas e artigos de higiene para a população atingida pelas enchentes no bairro Ulysses Guimarães.

Na região continental da capital, os moradores da Ocupação Anita Garibaldi deram exemplo de solidariedade organizando marmitas para serem levadas para as famílias mais atingidas. Em São José, cidade localizada na Grande Florianópolis, além da ajuda humanitária, os brigadistas denunciaram que pessoas atingidas foram obrigadas a ficar na rua depois que o abrigo da região não foi aberto por recusa do prefeito Orvino (PSD).

Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a militância do Movimento Correnteza e o Diretório Central dos Estudantes se organizaram, de forma imediata, para garantir a produção e entrega de dezenas de marmitas, após a Reitoria anunciar o fechamento do Restaurante Universitário. Também foi organizada a arrecadação de diversos outros materiais para os estudantes da moradia estudantil, além de uma brigada de solidariedade ao alojamento indígena da UFSC, que também sofreu com alagamentos.

Enquanto as elites governantes gastam milhões para criar uma falsa imagem paradisíaca de um estado desigual, esses exemplos mostram que a classe trabalhadora enfrenta com auto-organização e solidariedade os desastres que atingem o povo de Santa Catarina.

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