O triunfo da Revolução Cubana, em 1° de janeiro de 1959, simbolizou esperança para trabalhadores da América Latina e do mundo. Vilma Espín Guillois foi protagonista da revolução em Cuba, dedicando sua vida à construção do socialismo e à emancipação feminina.
Luiza Wolff | Florianópolis (SC)
HERÓINAS DO POVO – Em 1° de Janeiro de 1959, o triunfo da Revolução Cubana foi esperança para os trabalhadores de toda a América Latina e do mundo. A revolução que triunfou após anos de guerrilha foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras de Cuba, dentre elas Vilma Espín, mulher que dedicou toda sua vida para a construção do socialismo e da luta das mulheres.
Durante a revolução em Cuba, Vilma participou da ação e da direção do Movimento 26 de Julho, atuando na província de Oriente. A sua principal tarefa durante a guerrilha foi a de entregar mensagens e fazer a comunicação entre a Sierra Maestra e Havana. Ali conheceu seu futuro companheiro de vida, Raúl Castro, que mais tarde foi presidente de Cuba.
A Federação das Mulheres Cubanas
A vida de Vilma se mistura com a história da Federação das Mulheres Cubanas (FMC), organização que presidiu e da qual fez parte durante toda sua vida militante, aprendendo e ensinando, junto com mulheres operárias e camponesas.
Fundada em 1960, logo após o triunfo da revolução, a FMC teve como tarefa principal a formação de mais quadros mulheres. Foi nesse sentido que, ainda nos seus primeiros anos, tendo Vilma a frente, mulheres de todo o país participaram da campanha de alfabetização que erradicou o analfabetismo.
A FMC também foi responsável pelo desenvolvimento de outras campanhas, como um curso de corte e costura e outro de primeiros socorros, em Havana, que ajudou na formação política das mulheres camponesas e operárias. Segundo Vilma: “Foi uma forma não só de dar respostas ao que os nossas camaradas nos pediam sobre primeiros socorros, mas também de encontrar uma forma de agrupá-las para poder conversar e explicar o que queriam que lhes fosse explicado sobre a revolução.”
Já em 1974, ano da realização do segundo congresso da FMC, a Federação já reunia quase 2 milhões de mulheres cubanas e tomava um papel político fundamental na defesa do país contra o imperialismo estadunidense e na construção do socialismo.
Hoje, após 65 anos de sua fundação, a FMC reúne 90% das mulheres de mais de 14 anos do país, fazendo a luta contra a violência às mulheres e contra o criminoso bloqueio realizado pelos Estados Unidos à Cuba.
Educação das mulheres
Vilma se dedicou ao estudo do marxismo-leninismo, mais especificamente sobre a questão da mulher, aprendendo também com a experiência das revolucionárias que construíram a revolução na União Soviética e outros países. Em uma entrevista de 1989, ela explica que, para ela, os problemas das mulheres não podem ser analisados fora do contexto econômico e social e que tampouco esses problemas podem ser solucionados sozinhos, descontextualizados.
No entanto, Vilma não deixou que seu conhecimento não fosse compartilhado com todas e cada mulher de Cuba. Em um discurso sobre a educação das mulheres campesinas ela escreveu: “Porque antes, para ela, seu mundo nada mais era do que uma cabana no topo de uma colina e arredores. Agora é imenso, esse mundo estreito se expandiu até o que a espera no futuro, porque ela tem certeza do futuro que seus filhos terão […]”.
Ela incentivou até a última mulher do país a estudar, se formar e construir a revolução e a melhora da vida das mulheres em Cuba. Teve um papel essencial em desenvolver uma nova percepção sobre o papel das mulheres na revolução e da necessidade dos movimentos de massas para a participação das mulheres na construção de um país. Por isso, sua vida é exemplo e devemos aprender com cada passo seu na história da classe trabalhadora mundial.
“A vida que a sociedade socialista nos abre exige de todos uma melhoria constante. Esta melhoria, que se tornou um dever patriótico para todo bom revolucionário. É para nós um objetivo permanente, pelo qual devemos lutar com maior fervor todos os dias” – Vilma Espín Guillois