Em 1959, sob a liderança de Fidel Castro, a Revolução Cubana pôs fim à ditadura de Fulgêncio Batista e abriu caminho para transformações estruturais profundas, construindo uma sociedade socialista.
Luiz Henrique | Recife – PE
LUTAS E HERÓIS DO POVO – Cuba foi a última colônia a se libertar da dominação espanhola, no ano de 1898. Com aproximadamente 400 mil mortos durante o período de 1895 e 1898. A intervenção dos Estados Unidos se dá de forma oportunista, com a vitória do povo cubano já estando a vista. Após o fim da guerra, os EUA negociam com a Espanha a “independência” Cubana colocando Cuba sob sua tutela, exercendo dominação econômica, política e militar, especialmente através da “Emenda Platt”:
“Que o Governo de Cuba permita que os Estados Unidos exerça o direito de intervir no sentido de preservar a independência cubana, manter a formação de um governo adequado para a proteção da vida, a propriedade, a liberdade individual.
Que, a fim de auxiliar os Estados Unidos a sustentar a independência Cubana, e para proteger a população dali, tão bem como para a sua própria defesa, o governo de Cuba deverá vender ou alugar terra aos Estados Unidos, necessárias para a extração de carvão para linhas férreas ou bases navais em certos locais especificados de acordo com o presidente dos Estados Unidos.”
José Martí, morto no primeiro ano da Guerra, líder máximo da independência cubana, não chegou a ver a vitória frustrada de uma incompleta libertação, porém já havia antecipado os termos fundamentais do imperialismo estadunidense, que, efetivamente, é apenas uma nova forma do colonialismo. Pensando estrategicamente o futuro de Cuba e da América Latina. Diz ele:
“[Os Estados Unidos] acreditam na necessidade, no direito bárbaro, como único direito: ‘isto será nosso, porque dele necessitamos’. Acreditam na superioridade incontrastável da ‘raça anglo-saxônica contra a raça latina’. Acreditam na baixeza da raça negra, que escravizaram ontem e humilham hoje, e da indígena, que exterminam. (…) Enquanto os Estados Unidos não saibam mais de hispano-américa e a respeitem mais… podem os Estados Unidos convidar a hispano-américa a uma união sincera e útil para hispano-américa? Convém à hispano-américa a união política e econômica com os Estados Unidos?”.
Como observavam os mais atentos ao jugo imperialista, seria necessário, dessa vez, uma terceira guerra pela verdadeira independência de Cuba, e é aqui que entram os revolucionários sob a liderança de Fidel.
É em 1956 que tem início a Revolução que triunfaria em 1° de Janeiro de 1959, dessa vez, com toda a experiência acumulada, a própria insurreição iniciada com os ataques aos quarteis de Moncada e Bayamo organizados pelo Movimento 26 de Julho em resposta à ditadura de Fulgêncio Batista. É assim que, preparados com toda essa tradição, cuja origem remonta à luta anticolonial, se inicia a Revolução Cubana. Revolução essa que não era, em seu começo, Socialista. Entretanto, toda luta de independência e libertação nacional pode se tornar, dadas certas condições, uma revolução socialista, tal como pensou Lênin, ao colocar como uma das contradições intrínsecas do imperialismo “a contradição entre um punhado de nações “civilizadas” dominantes e centenas de milhões de homens dos povos coloniais e dependentes, do mundo.” (Stalin, J. Fundamentos do Leninismo).
Dessa maneira, a revolução que inicia visando derrubar a ditadura batistiana e restabelecer as eleições em Cuba, conforme a constituição de 1940, realizar reformas estruturais tais como a nacionalização da terra, reforma agrária e uma industrialização soberana, se converte em ruptura sistêmica.
No caldeirão geopolítico da guerra fria e com o histórico de opressão estadunidense, a classe trabalhadora e os revolucionários cubanos precisavam optar pelo socialismo. Afinal, a única forma de garantir que as mudanças ansiadas pelo povo cubano acontecesse era por meio de uma revolução completa, que tornassem a propriedade dos meios de produção, em especial a terra, coletiva, sendo toda a economia cubana planejada não mais para o enriquecimento de poucos latifundiários e capitalistas, mas para a distribuição justa da riqueza socialmente produzida.
Se Cuba resistiu e resiste ao bloqueio e a todos os ataques do imperialismo é por conta de sua união em torno da construção do socialismo e do novo ser humano, liberto dos valores anacrônicos da sociedade burguesa, caminhando em direção ao Comunismo, à construção de uma humanidade verdadeiramente livre!
Viva Cuba! Luz que ilumina o caminho de todos os revolucionários da América Latina! Hasta la victoria siempre!