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domingo, 9 de março de 2025

Perseguição fascista ao deputado Glauber Braga continua na Câmara dos Deputados

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Deputado socialista Glauber Braga (PSOL-RJ) continua vítima de perseguição no Conselho de Ética da Câmara, que pode levar à sua cassação.

Nelson Veras | Rio de Janeiro


BRASIL – A mídia não mostra, mas o mandato do deputado socialista Glauber Braga (PSOL-RJ) está diante de um ataque dos representantes do fascismo e do Centrão. Ele não está sendo perseguido por sorteio: Glauber é um dos únicos que denuncia os desvios bilionários praticados por Arthur Lira (PP-AL) e outros parlamentares. Em uma só dessas emendas, Lira chegou a desviar R$300 milhões, o que manteria o Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) por trezentos anos, de acordo com o próprio diretor.

A atual tentativa de cassação se iniciou justamente a partir de armação orquestrada por Arthur Lira e pelo MBL (Movimento Brasil Livre), do qual o principal expoente na Câmara é o Deputado Kim Kataguiri (União-SP): a mãe de Glauber estava internada em estágio terminal de Alzheimer no dia 16/04/24, quando Gabriel Costenaro, também do MBL, adentrou a Câmara dos Deputados abordando Glauber e acusando a mãe dele de ter sido cassada da prefeitura de Nova Friburgo por supostamente desviar merenda escolar. Glauber Braga, que já vinha aguentando provocações por parte dele (inclusive o xingamento de “safada”, que Costenaro proferiu nas redes sociais), diante da inação da polícia legislativa, expulsou-o do parlamento com empurrões e desferiu-lhe um pontapé do lado de fora da casa.

Em setembro, foi aprovada a admissibilidade do processo de cassação, pela “quebra” de decoro parlamentar, com base na representação do Partido Novo. A admissibilidade foi aprovada por dez votos a favor e dois contra. Desde o início de 2024, Gabriel Costenaro vinha recebendo dinheiro para proferir ofensas e calúnias contra Glauber, armação orquestrada a partir do enfrentamento que este fez a Lira, quando este tentou privatizar totalmente a Petrobras em uma votação no fim de maio de 2022. A partir desse acontecimento, Lira tentou várias formas de silenciar o parlamentar socialista.

A primeira tentativa já foi uma representação por quebra de decoro parlamentar, que, no entanto, não obteve apoio suficiente para aprovação na época. Desde então, já foram impetradas outras quatro representações, sendo a quinta a atual, que, infelizmente, foi aprovada e está nos trâmites finais.

Centrão usa processo de cassação para desgastar deputado socialista

Glauber tem sido reconhecido por estar em importantes lutas dos estudantes e trabalhadores. Em setembro do ano passado, foi preso junto com os estudantes que lutavam por assistência estudantil na UERJ para evitar que fossem massacrados pela tropa de choque da Polícia Militar. Além disso, mesmo com processo de cassação, Glauber não diminuiu o enfrentamento a Lira e aos outros parlamentares da direita, ao contrário do que outro políticos fazem que, à menor ameaça de punição, se calam ou, pelo menos, amainarem suas críticas.

A cassação de Glauber não só reduzirá o poder de luta do parlamentar mais combativo de todos como também abrirá um precedente perigosíssimo para qualquer outro parlamentar de esquerda e combativo ser também cassado e ficar silenciado por oito anos de inelegibilidade.

Após as oitivas de defesa, no fim de novembro, o relator do processo de cassação, o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), apresentou o parecer final apenas no final de dezembro. Como forma de pressão psicológica, ele não colocou o parecer em votação no prazo regimental, que era até 20/12. Em vez disso, apenas colocou seu voto no sistema, sob sigilo. Nem o próprio Glauber, nem seus advogados, tem conhecimento do voto até agora. Em reunião com a militância no início de fevereiro, o parlamentar sugeriu que passemos a pressionar pela votação do parecer, pois, segundo ele “vocês não me elegeram para que eu fique me defendendo ad aeternum, e sim para que eu defenda as pautas da classe trabalhadora!”. Agora, a pressão dos movimentos e organizações que apoiam o deputado socialista tem sido pela votação o mais rápido possível. Entretanto, mesmo assim, até agora o relator e o presidente do Conselho de Ética não manifestou nenhuma pressa em pautar o processo.

Um série de militantes sociais e organizações política tem se organizado em torno da campanha “Glauber fica!” e tem chamado todos a se somarem à nossa luta e as ações que ocorrerão até o dia da votação do parecer. A pressão popular gigantesca no plenário ou no Conselho de Ética pode muito bem garantir um resultado favorável a manutenção do mandato socialista de Glauber.

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