O jovem Gustavo Batista dos Anjos tinha apenas 17 anos quando foi morto pela Polícia Militar da Bahia no bairro do Beiru/Tancredo Neves, no último dia 7 de fevereiro. Moradores pedem a punição dos assassinos.
Redação BA
Em Salvador, no último dia 07 de fevereiro, um jovem negro de 17 anos foi morto pela Polícia Militar da Bahia, causando grande revolta na população. Na noite daquela sexta-feira, policiais militares seguiam o carro onde estava o jovem Gustavo Batista dos Anjos, que voltava do seu trabalho de mecânico. Quando o veículo parou na rua do garoto, os policiais abriram fogo à queima-roupa, atingindo-o e causando sua morte. Um amigo, que estava no automóvel, ainda foi obrigado a colocar o corpo de Gustavo no camburão e levado pelos policiais.
O jovem nasceu e cresceu no bairro do Beiru/Tancredo Neves, era trabalhador e tinha um emprego de mecânico. No entanto, sua documentação e seus pertences foram retirados pelos PMs, a fim de incriminá-lo e dificultar a apuração da verdade. A transferência do corpo de Gustavo do carro para a viatura pelos policiais foi filmada por moradores da região e circulou nas redes, causando grande revolta.
Indignação popular
Logo no dia seguinte, foi realizado um protesto por justiça contra a morte de Gustavo. Os moradores do bairro atearam fogo em pneus e outros materiais e bloquearam uma das principais vias da região. Vale salientar que, durante a manifestação, um dos policiais ameaçou uma mulher perguntando “se ela queria que ele estourasse a cabeça dela”.
No dia 10 de fevereiro, segunda-feira, os moradores do bairro promoveram um novo ato. Demonstrando seu caráter fascista, a Polícia Militar reforçou a presença na região nesse dia, reprimindo a população que exige seus direitos e denuncia os assassinatos promovidos pelas operações policiais.
A família e os moradores seguem denunciando as fake news, inventadas pelos agentes policiais, que estão sendo veiculadas em noticiários da imprensa burguesa numa tentativa esdrúxula de manchar a imagem de Gustavo diante a sociedade.
Neste ano, completam-se 10 anos da chacina do Cabula, crime em que PMs deixaram 12 mortos em um bairro da capital baiana e até hoje não foram punidos. Infelizmente, a política de segurança da Bahia, governada por Jerônimo Rodrigues (PT), segue perpetuando o genocídio da juventude negra. O estado hoje conta com a polícia que mais mata no Brasil, e em 92,6% dos casos são pessoas negras, dados da Rede de Observatórios da Segurança.
Seguiremos lutando por justiça para Gustavo e tantos outros que tombaram devido às operações policiais e à violência cotidiana do sistema capitalista, que banaliza a morte de jovens negros. Continuaremos a lutar pela desmilitarização das polícias e pelo socialismo, quando nenhum jovem mais morrerá de bala, fome ou depressão.