Após 40 anos de luta, justiça desapropria Casa da Morte, antigo centro de tortura, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Espaço deverá se tornar espaço de memória das vítimas da Ditadura Militar Fascista.
Christian Nunes e Felipe Annunziata | Petrópolis (RJ)
BRASIL – Nesta quinta-feira (22/05), a 4ª Vara Cível determinou a desapropriação da Casa da Morte e passou sua posse para a Prefeitura, que deverá transformá-lo em um Espaço de Memória, Verdade e Justiça. Esta decisão é fruto de uma luta histórica de muitos anos feita por diversos movimentos sociais na cidade.
A Casa da Morte funcionou como um centro clandestino de torturas na Ditadura Militar. A única sobrevivente foi a guerrilheira Inês Etienne Romeu, que resistiu a bárbaras torturas e conseguiu fugir, conseguindo denunciar o local.
Sua contribuição com a investigação sobre os crimes da ditadura permitiu que a casa se tornasse um espaço importante a ser disputado pelos partidos e movimentos sociais.
A transformação da Casa da Morte em um espaço de Memória, Verdade e Justiça é muito importante, pois e um local ainda muito desconhecido pela população petropolitana e pelo povo brasileiro, mas que permite reacender a memória sobre a Ditadura Militar Fascista.

Luta pelo direito à Memória e Verdade avança
A desapropriação do espaço da antiga Casa da Morte mostra também o avanço da luta pelo direito à Memória e Verdade em todo país.
Ao mesmo tempo em que a decisão favorável da justiça ocorreu, em Minas Gerais, movimentos sociais e partidos ocupam a mais de 50 dias a antiga sede do DOPS-MG, transformando o local em Memorial dos Direitos Humanos.
A pressão de movimentos populares, organizações políticas e de famílias vítimas da Ditadura tem aumentado no último período. A vitória de ontem é resultado de décadas de luta e denúncia dos crimes dos militares fascistas que governaram o país entre 1964 e 1985.