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quinta-feira, 8 de maio de 2025

Terceirizados da Volkswagen em São Carlos lutam por seus sábados

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Trabalhadores terceirizados da Volkswagen em São Carlos, empregados pela SESÉ Logística, estão lutando para receberem seu PLR sem terem que trabalhar quase todos os sábados do ano. Apesar dos ataques da empresa, os operários têm força para barrar a amarração ao sábado produtivo.

Vitor Fabris | São Carlos (SP)


Desde o começo de abril, trabalhadores terceirizados da fábrica de motores da Volkswagen em São Carlos, empregados pela SESÉ Logística, estão lutando por um espaço na mesa de negociação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) deste ano. Essa mobilização surge após a SESÉ, em outras fábricas, amarrar a participação no PLR à presença compulsória nos sábados produtivos.

Por sua vez, a Volkswagen, gigante multinacional cujas origens remontam à Alemanha nazista e que apoiou a ditadura militar fascista no Brasil em vários de seus crimes, realizou negociações similares com os operários não-terceirizados de São Carlos.

Os sábados produtivos são dias excepcionais em que, por demandas da Volkswagen, um adicional de 65% é pago aos terceirizados para movimentarem a fábrica. Agora, no momento em que as negociações estão para acontecer, se os terceirizados não tiverem representantes próprios na Comissão de Negociação, a SESÉ poderá fazer o que bem entender.

Na prática, esta amarração significaria que os terceirizados da fábrica de São Carlos poderiam ser obrigados a trabalhar quase 30 dias a mais, passando a uma escala parecida com a 6×1. Escala essa que está sendo enfrentada pelos trabalhadores do Brasil todo, como tem mostrado o jornal A Verdade.

Tentativas de desmobilizar os terceirizados

Sabendo que os terceirizados, caso se organizem, podem impedir essa amarração do sábado produtivo, a SESÉ Logística tem tentado desmobilizar os trabalhadores ao máximo.

A empresa aplica punições aos trabalhadores que se reunirem para discutir seus direitos; se tentarem se organizar em redes digitais, colocam infiltrados para observar tudo. Quando os terceirizados, em sua maioria, organizaram uma Comissão de Negociação em fevereiro, foi desmantelada.

Tudo isso culminou na demissão sem justificativa de Fernando*, terceirizado que estava à frente da formação da Comissão. “Quando mandei mensagem cobrando novamente sobre o processo de formação, não deu 30 minutos e me chamaram ao RH. Lá, falaram que eu estava sendo desligado. Não deram justificativa nenhuma, só me mandaram embora”, disse Fernando.

Terceirizados têm força para conquistar

Porém, a realidade que não gostam de falar é que os lucros e resultados só existem por causa dos operários. Se não fossem os terceirizados realizarem a manutenção das máquinas, a limpeza dos espaços, o transporte das peças, a logística dos materiais, a alimentação dos trabalhadores; os metalúrgicos realizarem a montagem dos motores; enfim, se não fossem os operários das fábricas movimentarem tudo, não haveriam lucros nem resultados.

Se a SESÉ realiza esses ataques, é porque sabe que os terceirizados organizados podem impedir essa amarração. Sozinhos, os operários não têm força contra a ganância dos patrões. Mas, organizados, são os patrões que não têm força contra os operários. Com uma Comissão de Negociação dos Terceirizados grande e forte, os terceirizados poderão lutar pelos seus direitos.

A categoria exige que seja feita a Assembleia Geral Extraordinária para que seja eleita uma Comissão de Negociação dos Terceirizados!

Terceirizados da Volkswagen, se organizem no Movimento Luta de Classes (MLC)! Vamos organizar uma forte Comissão para barrar a ganância dos patrões!

Metalúrgicos, apoiem os terceirizados na sua luta! Articulem-se com seu sindicato para ajudar seus irmãos trabalhadores!

* Fernando é um nome fictício empregado para proteger o trabalhador

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