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quarta-feira, 18 de junho de 2025

Livro: “A Batalha de Stalingrado”. Há 80 anos os comunistas salvavam o mundo do Nazifascismo

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capa do livro a batalha de stalingrado.
Lançado no Brasil em 1966, “A batalha de Stalingrado” é mais do que um livro sobre tática de guerra, é uma lição histórica e uma prova da superioridade do Socialismo, que libertou a humanidade do Nazismo.

 Lançado no Brasil em 1966, “A Batalha de Stalingrado” é um vasto relato pessoal, estratégico e político escrito por Vassili I. Tchuikov, que foi Marechal do Exército Vermelho, comandando o Exército Vermelho em dois momentos decisivos: os seis meses da resistência na cidade de Stalingrado e posteriormente em Berlim, batalha que decretou a derrota das forças nazistas que invadiram a URSS. No ano em que a derrota do nazismo completa 8 décadas e uma nova onda fascista se ergue no mundo, as reflexões desse enfrentamento se fazem mais do que necessárias.

 

Clóvis Maia- Redação Pernambuco

 

 

História- Vasili Ivanovitch Tchuikov (1899-1982) era filho de agricultores.  Operário, ingressou no Exército Vermelho durante a revolução de 1917, seguindo carreira militar em seguida. Quando o exército nazista invadiu a União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS) ele estava na China, onde trabalhava como adido militar, prestando serviço como conselheiro militar. Recebeu a tarefa de dirigir o 62° Exército Soviético, que durante seis meses enfrentou uma terrível batalha contra o exército nazista que receberam a ordem expressa de Hitler para destruir a cidade que recebia o nome do Secretário Geral do partido comunista e Primeiro Ministro.  Modificando profundamente a forma de organização do exercício bolchevique na frente de batalha e estudando o inimigo, Tchuikov conseguiu guiar os comunistas até a vitória.

 

Heroico é aquele que pode derrotar o inimigo e viver”

 

Com mais de 400 páginas contendo mapas, fotos da época, documentos diversos, cartas e depoimentos de participantes da resistência soviética naqueles duros dias, a obra poderia ficar apenas classificada como um grande manual de tática e estratégia bélica ou mesmo um documento histórico ou memórias de um soldado. Mas não.  “A Batalha de Stalingrado” é uma ode ao poder ideológico e uma prova cabal da força e da organização coletiva e da superioridade moral do Socialismo em batalha com o lado mais feroz do capitalismo sem máscara que é o Nazifascismo.  O autor faz questão de registrar e provar de como a vitória contra o nazismo só foi possível por conta da existência, organização e presença do partido em todas as frentes de batalha.  Ou seja, o partido comunista conseguiu aprofundar junto ao povo soviético a necessidade de derrotar Hitler, no que ficou conhecido como A grande guerra patriótica. O autor registra que os operários e os comitês do partido estavam nos destacamentos e defendiam as fábricas e as cidades. O Komsomol (juventude do Partido Comunista da União Soviética) foi fundamental na abnegação e nos enfrentamentos. O partido garantia a agitação política, a organização das finanças para garantir os materiais necessários para a manutenção do exército, a formação para os soldados e, apesar da grande perda de soviéticos no combate (colocar aqui dados) o partido cresceu em meio ao combate:

 

A despeito das pesadas perdas, as organizações do Partido e do Komsomol cresceram em efetivos e em poderio. Dezenas, centenas de soldados, que não tinham um momento de descanso do calor da batalha, requeriam a sua admissão no partido.  Todos desejavam combater, e se necessário morrer, como membros do partido ou do komsomol.

 

Ou seja, a tarefa de salvar o mundo do nazismo foi possível por conta de um enorme sacrifício, desde os grandes nomes, como o do Franco-atirador Vasili Zaitsev (retratado no filme Círculo de Fogo, de 2001) que matou mais de 400 nazistas e tornou-se um herói nacional, mas também dos anônimos e das mulheres. Em certa altura do livro o autor faz questão de registrar o quanto a literatura da guerra acaba esquecendo o papel das mulheres em todos os conflitos, além de reforçar que as mulheres soviéticas foram decisivas e estavam na linha de frente como artilheiras, pilotas, médicas e comandantes. O livro é repleto de exemplos de ações envolvendo as mulheres comunistas.

 

Uma luta contra o imperialismo mundial

 

A Alemanha Nazista tinha um plano: destruir a URSS exatamente para deter o avanço do socialismo no mundo. Se engana quem acha que não houve durante aquele conflito uma verdadeira expressão da luta de classe. Aqui o autor deixa claro que durante três anos a União Soviética combateu sozinha contra a Alemanha e seus aliados. As grandes potências, que assim que acabou a guerra passou a produzir mentiras sobre quem realmente saiu vitorioso, queria que a pátria socialista fosse esmagada. Afirma e prova Vasili Tchuikov: As potências ocidentais só abriram uma segunda frente quando se tornou claro que as forças soviéticas estavam em posição de derrotar os exércitos alemães e libertar os países da Europa da tirania nazista.

Torcendo pelo fim da URSS os inimigos do socialismo não contavam com a superioridade moral soviética. Uma passagem importante do livro são os trechos de um diário de Wilhelm Hoffmann, que foi escrevente nazista e registrou a batalha em uma companhia e um batalhão de infantaria. O diário, que começa em maio de 1942, mostra bem como o crescimento da resistência russa foi ganhando forma, até chegar a colocar medo no enorme exército nazista, reduzido depois a um bando de homens covardes e medrosos. Inicialmente chamando os russos de fanáticos, o soldado passa a registrar: os russos não se rendem. Se defendem com insana obstinação… se todos os prédios de Stalingrado forem defendidos assim, então nenhum dos nossos soldados voltará à Alemanha.

Em outro trecho ele desabafa: Quem teria imaginado, há três meses, que, em vez da alegria da vitória, teríamos de sofrer tais sacrifícios? (…) Os russos não são homens, mas alguma espécie de criaturas forjadas em ferro; nunca se cansam nem receiam o fogo. Stalingrado nos transformou em seres sem sentimentos- estamos cansados, exaustos, irritados. (…) na Alemanha todos acreditam que já tomamos Stalingrado. Que erro! Se pudessem ver o que Stalingrado fez de nosso exército! E depois de registrar a completa desmoralização de seu exército, o diário termina com a emblemática frase: Maldita guerra!

 

 A burguesia internacional sempre espalhou todo tipo de mentira ao se falar sobre aquele período. Alguns apontam que a derrota alemã se deu por conta do clima, da fraqueza do exército que tentou tomar Stalingrado ou mesmo pregar a insanidade do líder nazista. Puro engano. O 6° exército por exemplo, era formado por maioria jovens, de 20 e 27 anos, a maioria classificados como “arianos puros”, com um a cada cinco soldados pertencente ao partido nazista. Ou seja, um destacamento de elite, escolhido a dedo, mas que foi desmoralizado.

 

A força da coesão

 “Toda humanidade tem uma dívida para com o Partido Comunista e o seu Comitê Central, que organizaram a derrota dos exércitos alemães em Stalingrado, produzindo uma alteração crucial no curso da Segunda Guerra Mundial. “Nem um passo atrás!” Esta palavra de ordem foi transmitida às tropas numa ordem de Stalin, o Comandante Supremo. Para isso, o partido mobilizou seus melhores membros… as sessões mais importantes do Quartel General (QG) da frente foram postas nas mãos de enérgicos trabalhadores do partido, membros do Comitê Central e secretários de comitês regionais. Milhares de comunistas com vasta experiência de trabalho político juntaram-se às tropas na frente. Um poderoso núcleo do partido se formou no exército. Não havia uma companhia sem um número substancial de membros do partido e muitos batalhões consistiam exclusivamente de membros do partido bolchevique e do Komsomol.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial as potências capitalistas trataram imediatamente de promover uma escancarada propaganda mentirosa contra a URSS, o socialismo e espalhando mentiras sobre aquele conflito. Até hoje a quantidade de livros, reportagens, filmes e todo o tipo de propaganda procuram diminuir a importância dos Soviéticos ao mesmo tempo que mentem sobre o papel dos EUA, por exemplo, ou colocam oportunistas de marca maior como Churchill, no papel de heróis salvadores do capitalismo, negando principalmente que a guerra nada mais foi do que um sintoma das contradições do imperialismo mundial em sua busca incessante por territórios. Ainda hoje nós vemos a falsificação da história quando tentam afastar as pessoas do socialismo ao dizerem que o nazismo é uma ideologia de esquerda ou mesmo tentarem minimizar o fascismo quando o homem mais rico do mundo faz uma saudação nazista em um evento transmitido ao vivo para o mundo todo. Em um documento encontrado durante a vitória contra os nazistas, uma reunião secreta de Hitler com seus líderes militares em 30 de março de 1941 o próprio Hitler deixa claro os objetivos do imperialismo e seu caráter fascista: “As nossas tarefas, com relação à Rússia, são o esmagamento das suas forças armadas e a destruição do seu governo. A guerra contra a Rússia é uma guerra entre duas ideologias. É uma sentença de aniquilamento para o bolchevismo”. Como prova a história, o plano não deu certo. Mas como uma ideologia está ligada ao processo da luta de classe, o fascismo continua ameaçando hoje a humanidade, trazendo uma nova onda de ataques à classe trabalhadora se alastra pelos quatro cantos e, no ano em que se completa oito décadas da gloriosa vitória dos socialistas contra a besta nazifascista, resgatar esse exemplo de luta e enfrentamento se faz necessário. Não de propósito, obras como A Batalha de Stalingrado se encontram esgotadas nas livrarias e são atacadas pelos inimigos do socialismo. Hoje o mundo se encontra diante de uma nova ameaça de guerra e a classe trabalhadora tem nesse exemplo da URSS como prova e inspiração para um novo mundo. Não foi à toa que Stálin usou um ditado popular russo no auge da guerra para se referir a vitória contra os nazistas e a construção de um mundo novo: “também haverá festa na nossa rua”.

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