Para defender o golpista Bolsonaro e sua gangue de fascistas, o presidente dos EUA Donald Trump impõe taxação de 50% nos produtos do Brasil.
Felipe Annunziata | Redação
INTERNACIONAL – Após uma semana de ameaças contra o Brasil para defender a anistia à gangue de fascistas e golpistas liderada por Jair Bolsonaro, o presidente da principal potência imperialista do mundo, Donald Trump, anunciou uma taxação de 50% sobre os produtos brasileiros importados pelos EUA. A medida é uma forma de ampliar a guerra comercial patrocinada pelo imperialismo estadunidense para o nosso país.
Na carta enviada ao presidente Lula em que anuncia as taxas, Trump deixa bem evidente quais são seus objetivos: atacar a indústria brasileira, ampliar o domínio dos monopólios imperialistas estadunidenses sobre a economia brasileira e garantir a liberdade à gangue fascista liderada por Jair Bolsonaro. Na carta, o presidente estadunidense exige o fim imediato de todos os processos contra Bolsonaro.
“Como você sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas de seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos (…) Se você deseja abrir seus mercados comerciais até então fechados para os Estados Unidos e eliminar suas políticas e barreiras comerciais tarifárias e não-tarifárias, talvez consideraremos um ajuste nesta carta.”, afirma Trump na carta ao presidente Lula.
O presidente Lula, por sua vez, respondeu em tom duro recusando qualquer ingerência estrangeira nos assuntos internos brasileiros. O presidente lembrou que nosso país é independente e tem direito a sua soberania e afirmou que responderá às taxações dentro do que define a lei brasileira.
“O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém.“, afirmou Lula nas redes digitais.
Embaixada dos EUA defende Bolsonaro
As exigências do chefe do imperialismo dos EUA deixam claro como eles vêem nosso país apenas como um quintal para seus interesses e seus agentes, como Bolsonaro.
Em nota publicada nesta quarta (09), a Embaixada dos EUA no Brasil reconheceu o papel de Bolsonaro como agente dos interesses estadunidenses no nosso país. No documento, o encarregado de negócios estadunidense Gabriel Escobar afirmou que Bolsonaro e sua família são “fortes parceiros” dos Estados Unidos aqui.
“Jair Bolsonaro e sua família têm sido fortes parceiros dos Estados Unidos. A perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil. Reforçamos a declaração do presidente Trump. Estamos acompanhando de perto a situação.“, afirma a nota.
Nenhuma prova a mais é necessária para comprovar o envolvimento da gangue fascista no atual ataque do imperialismo ao nosso país. Desde que saiu do governo, Bolsonaro tem tentado de todas as formas trazer uma intervenção dos Estados Unidos para favorecer um golpe de estado, assim como ocorreu em 1964.
Agora, com Trump no governo estadunidense, a expectativa e o empenho dos fascistas é que os ataques ao Brasil se ampliem para se criar uma nova situação favorável a um golpe de estado aqui.
Enfrentar o imperialismo dos EUA no Brasil
Este ataque mostra, mais uma vez, como é ruim para o povo brasileiro a influência e o controle da economia nacional pelos monopólios imperialistas, em especial os estadunidenses.
Hoje, o capital imperialista dos EUA controlam setores extensos da economia brasileira, com monopólios norte-americanos presentes em setores como o de automóveis (Ford e Chevrolet), alimentos (Coca-cola, PepsiCo, General Mills e outras), produtos de higiene (P&G, Johnson & Johnson, Unilever etc.), serviços financeiros (Mastercard) e também no setor digital, com as chamadas Big Techs estadunidense controlando quase todas as redes digitais mais usadas no Brasil (Alphabet/Google, Meta, X). Em setores como petróleo e gás, os monopólios imperialistas dos EUA (Chevron, ExxonMobil) dominam dezenas de campos na nossa costa.
O que não está explícito na carta, mas também é um objetivo do imperialismo estadunidense no Brasil é o interesse nas nossas riquezas naturais. Além dos setores que as multinacionais norte-americanas controlam, Trump quer roubar nossos recursos naturais, especialmente as chamadas “terras raras”, uma série de minérios utilizados para a produção de componentes essenciais para produtos de alta tecnologia. O Brasil tem a segunda maior reserva desse material no mundo, estimada em 21 milhões de toneladas, ficando atrás apenas da China.
É preciso responder firmemente a este ataque taxando e proibindo as bilionárias remessas de lucros destas multinacionais para os Estados Unidos. Não apenas isso, é preciso nacionalizar os setores estratégicos que estão nas mãos de empresas estadunidenses.
Hoje, a taxação de 50% afetará exportações de café, suco de laranja, aço, petróleo bruto e minérios que o Brasil faz aos EUA. Estes produtos são vendidos para garantir o lucro dos donos do agronegócio e das mineradoras.
Pagamos mais caro no café e em várias frutas e seus derivados pela ganância da burguesia brasileira em vender mais para o mercado estadunidense. Agora com a taxação de Trump é a hora de obrigar que estes produtos sejam colocados à disposição do mercado nacional, de forma a serem vendidos mais baratos ao nosso povo.
Punir os golpistas
Esta situação mostra também o quanto é fundamental a prisão imediata de Bolsonaro e seus cúmplices fascistas. Agora é evidente que eles agem aqui a mando dos chefes do imperialismo contra os interesses do povo brasileiro. Sua prisão agora é uma necessidade para defender a soberania nacional e impedir um novo golpe financiado pelos Estados Unidos.
A tentativa de Trump de criar instabilidade no nosso país é mais uma prova de que não se pode mais confiar na política de conciliação com os setores reacionários do Congresso Nacional, que se colocam ao lado dos fascistas e golpistas. Estes grupos contam com apoio estadunidense para impor ao nosso país uma nova ditadura. Para vencer o golpismo e o fascismo no Brasil é preciso lutar também contra o imperialismo.
O exercito, vai seguir a orientação do presidente dos EUA ou Brasil?