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terça-feira, 12 de agosto de 2025

Palestinos resistem a genocídio de Israel financiado pelos EUA

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O genocídio na Faixa de Gaza deixou mais de 55 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde local, que divulgou lista nominal das vítimas. A ONU estima quase 600 mortos e mais de 4,2 mil feridos em filas para receber alimentos.

Felipe Annunziata e Redação


MUNDO – A escalada dos conflitos em outras partes do Oriente Médio não alterou a realidade diária do povo da Faixa de Gaza. Israel e seu exército nazi-sionista continua a campanha de extermínio da população palestina.

Nas últimas edições, temos denunciado as atrocidades cometidas pela “Fundação Humanitária de Gaza” (GHF), empresa laranja criada pelos EUA e por Israel para supostamente distribuir ajuda humanitária. Na realidade, a empresa é responsável por organizar campos de concentração para que mercenários estadunidenses e soldados israelenses matem palestinos a sangue frio com tiros de metralhadoras.

De acordo com a ONU, já são quase 600 pessoas mortas na “fila da fome”, além mais de 4.200 feridos.

“Onde estão nossas crianças? Estamos exaustos! Não temos mais irmãos e irmãs! Sem tendas, sem casas! Ninguém nem ao menos pergunta sobre nós. Sem dinheiro, sem roupas, sem comida! Eu sou do povo oprimido, a juventude, bonita como as rosas, [está] se esfacelando”, afirmou uma idosa palestina a um jornalista após perder toda sua família em um bombardeio israelense.

A crueldade dos nazi-sionistas não termina aí. O governo de Benjamin Netanyahu agora está financiando uma milícia de colaboracionistas ligados aos fundamentalistas do Estado Islâmico. Esta milícia tem atacado palestinos e roubado a ajuda humanitária de famílias famintas.

“Qual o problema disso? Salva vida de soldados israelenses”, afirmou o ditador sionista nas redes digitais admitindo que financia grupos armados terroristas.

Lista de mortos

No dia 23 de junho, o Ministério da Saúde na Faixa de Gaza publicou uma lista atualizada das vítimas da guerra: um documento em árabe de 1.227 páginas, organizado dos mais jovens aos mais velhos. A lista inclui o nome completo da pessoa falecida, o nome do pai e do avô, data de nascimento e número de identificação.

Diferente de listas anteriores, esta especifica a idade exata das crianças com menos de um ano quando foram mortas. Oito crianças morreram no mesmo dia em que nasceram. Outras quatro foram mortas no dia seguinte ao nascimento, e cinco viveram por dois dias. Só a partir da página 11, após 486 nomes, aparece a primeira criança que tinha mais de seis meses de idade ao ser morta.

Do total de 55.202 mortos citados nominalmente, 9.126 eram mulheres e 17.121, menores de 18 anos.

Ainda de acordo com o Ministério, mais de 62 mil palestinos foram assassinados ou desaparecidos por Israel. No entanto, um estudo do professor israelense Yaakov Garb sobre os centros de distribuição humanitária da GHF apontou para a possibilidade de pelo menos 377 mil mortos ou desaparecidos.

De acordo com o estudo, publicado na “Harvard Dataverse”, a partir de informações do próprio exército nazi-sionista, os palestinos hoje se concentram em três centros populacionais: Cidade de Gaza (Norte), com 1 milhão de palestinos; Gaza Central, com 350 mil habitantes; e Mawasi (Sul), com cerca de 500 mil pessoas.

No estudo, o pesquisador aponta também que os tais “centros de distribuição de ajuda” são desenhados para matar palestinos.

“A estrutura interna destes complexos [de ajuda humanitária], parecem carregar a marca profunda do contexto e visão militar. Sua arquitetura é o inverso dos princípios aceitos e bem fundamentados de distribuição de comida em áreas de conflito ou desastre, capaz de causar episódios recorrentes de caos e violência”, afirma Garb em seu artigo.

A realidade é que não se sabe até agora o número total dos mortos em Gaza. Com 90% dos edifícios destruídos, é possível que dezenas de milhares de pessoas estejam debaixo dos escombros. O Ministério da Saúde de Gaza, por sua vez, só consegue contabilizar os corpos que chegam às poucas estruturas hospitalares ainda de pé.

Palestinos resistem

Apesar de toda a destruição e morte, o povo palestino segue inabalável na sua luta pela liberdade. À medida que se aproxima o segundo ano de genocídio, a resistência palestina continua a conduzir ações contra o exército de ocupação sionista.

Combatentes têm conduzido operações contra tanques, armamentos e soldados israelenses em várias partes de toda Faixa de Gaza. Mesmo apelando para o extermínio total dos palestinos, até hoje, Israel não conseguiu estabelecer um controle integral sobre todas as partes do enclave palestino.

Prova disso é a última operação bem sucedida das organizações de resistência que garantiram a entrada de dez caminhões de ajuda humanitária em Rafah, no sul, sem que fossem saqueados pelo Estado Islâmico ou por Israel. Com apoio dos trabalhadores locais, os caminhões chegaram em segurança a um armazém da ONU na Cidade de Gaza, na parte norte da Faixa. Israel tem proibido a ONU de distribuir ajuda humanitária.

Cabe agora intensificar a pressão em cima dos governos capitalistas do mundo contra o genocídio e pelo isolamento e bloqueio econômico total de Israel. No Brasil e no mundo, os trabalhadores tem intensificado mobilizações contra o genocídio. Entre os dias 01 e 02 de julho, em São Paulo, foi realizada uma grande vigília de solidariedade ao povo palestino e pelo fim do genocídio em Gaza.

Matéria publicada na edição impressa  nº316 do jornal A Verdade

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