Os servidores públicos de Jundiaí tem sofrido com as duras condições de trabalho e perseguições por parte da prefeitura de Gustavo Martinelli (União Brasil). Mesmo assim, os trabalhadores encontram força para lutar, se organizar e arranjar os direitos da categoria.
Mayara Fagundes e Leonardo Carvalho | Jundiaí – SP
TRABALHADOR UNIDO – Localizada a 57 km da capital, Jundiaí é uma das principais cidades de São Paulo. É conhecida como a terra da uva e do morango e produz cerca de 30% da uva de todo estado paulista. Além disso, é um polo das empresas de tecnologia e de logística e, se destaca pelo seu desenvolvimento industrial, já que atualmente possui um dos maiores parques industriais da América Latina.
De acordo com o estudo realizado pela Macroplan Analytics, Jundiaí é a terceira melhor cidade dentre as 100 maiores do país para se viver, com avaliações positivas nas quatro áreas essenciais para qualidade de vida da população: saúde, saneamento, educação e segurança.
Fato é que esse ranking mascara a dura realidade de milhares de servidores e servidoras que trabalham no município. O atual prefeito Gustavo Martinelli (União Brasil) segue a lógica fascista sob a defesa dos acordões de gabinete, que favorece somente a burguesia, amplia a privatização do serviço público e na campanha salarial dos servidores de 2025 fechou as portas de negociação com a categoria, encaminhando proposta de reajuste de apenas 5,32% (sem ganho real) para a Câmara Municipal.
Mesmo com esse ataque ao funcionalismo público de Jundiaí, a atual gestão do SindSerJun é aparelhada pela Administração Pública, não mobiliza a categoria, impede os servidores de participarem das assembleias e no último mês, aceitou de cabeça baixa o autoritarismo de Martinelli e sua corja.

Descaso e perseguição aos trabalhadores
A falta de destinação de recursos tem sido cotidiana e cada vez mais os trabalhadores tiram do seu próprio bolso, organizam vaquinhas para garantirem o mínimo das condições de exercerem suas funções adequadamente.
A promessa de novas Unidades Básicas de Saúde não sai do papel, pelo contrário, o corte na saúde foi de R$180 milhões. Boa parte dos trabalhadores, inclusive enfermeiros e nutricionistas são terceirizados e a superlotação do serviço já é realidade, como destaca uma servidora da saúde (que prefere não se identificar, devido às perseguições): “Você tem que dar todo dia a sua cara a tapa para uma coisa que você já sabe que não vai dar certo”.
Até para realizar as campanhas mensais como o Outubro Rosa e o Setembro Amarelo, os funcionários das UBS precisam pensar formas de captar recursos para impressão colorida de cartazes e compra de bexigas. E mais, o assédio moral impera e recorrentemente trabalhadores que pontuam alguma insatisfação com suas condições de trabalho são chamados para advertência verbal com a chefia superior e orientados a evitarem esse tipo de manifestação.
Diante desse cenário, somente a mobilização organizada em um movimento combativo dará cabo dessa tarefa. O Movimento Luta de Classes (MLC) organiza trabalhadores em diversas cidades do Brasil e com muita disposição, fundou o núcleo de servidores de Jundiaí com a plena certeza de que a luta é o caminho.