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quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Estudantes da UFPE são agredidos dentro da universidade durante ato em defesa da Palestina

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No ultimo 16 de outubro, estudantes da UFPE foram agredidos por seguranças da TKS, empresa privada que atua no campus da universidade e que já tem um longo histórico de repressão ao movimento estudantil ao longo dos anos na UFPE. Como se não bastasse o absurdo de reprimir uma manifestação pacífica em solidariedade ao povo Palestino, a empresa acionou a polícia para prender os estudantes. A violência foi tanta que um estudante teve o pulso fraturado.

Augusto Costa| Diretor da UNE


 

JUVENTUDE- No último dia 16 de outubro, estudantes da Universidade Federal de Pernambuco foram agredidos por terceirizados da TKS (empresa privada responsável pela “segurança” da UFPE) após tentarem acessar o prédio de Ciências Exatas da Natureza (CCEN) ao final de um ato pelo fim das relações da Universidade com empresas ligadas ao genocídio na Palestina. Além da agressão a diversas mulheres e militantes do movimento estudantil, um dos estudantes teve seu pulso fraturado. A ação absurda dos seguranças foi agravada quando acionaram a Polícia Militar para reprimir os estudantes. Enquanto fugiam dos cassetetes e das sirenes, os estudantes viram o Centro de Artes e Comunicação (CAC) fechar suas portas para não abrigá-los, mesma ação foi feita pela direção do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH).

 

Ao finalmente conseguir abrigo no Centro de Educação (CE), prédio com apenas um acesso, houve um verdadeiro cerco militar: uma dúzia de seguranças e policiais militares ficaram à postos na entrada pressionando para que pudessem adentrar no prédio e deter os manifestantes. Mas não só isso, os estudantes que passavam pela entrada, que expressaram sua indignação pela presença de policiais no local, apenas foram provocados pelos agentes. Práticas como essa são um dos infelizes legados da ditadura militar fascista que prendia, sequestrava, torturava e assassinava estudantes que se manifestavam. Difícil é não relembrar da história de Umberto Câmara Neto, estudante da UFPE e diretor da União dos Estudantes de Pernambuco e da União Nacional dos Estudantes, que foi assassinado sob tortura por militares em 1973.

 

Na mesma noite, foi marcado um ato para o dia 17 de outubro pelo fim da perseguição ao movimento estudantil e contra a presença da Polícia Militar na Universidade. Por isso, o Movimento Correnteza se fez presente em apoio aos estudantes agredidos, assim como diversas entidades, sindicatos e forças políticas. Em meio a falas em solidariedade e denúncias sobre as ações da TKS, ao final do ato, a direção decidiu pôr fim ao funcionamento das atividades do CFCH sob a justificativa de uma suposta “ameaça de ocupação estudantil’’ e a necessidade de “garantir a segurança física de servidores, discentes e do patrimônio público”.

 

A criminalização do Movimento Estudantil não é algo novo, é fruto de uma segurança que prefere proteger tijolos à vida dos estudantes. Afinal, onde está a TKS quando vários estudantes são assaltados todo semestre? Ou quando mulheres são assediadas dentro do campus? A verdade é que enquanto a prioridade das diretorias e da segurança for proteger muros, estaremos fadados a ver cenas como essa se repetirem. Mas nós, que carregamos o legado daqueles que tombaram durante a repressão da ditadura militar, não podemos titubear, devemos nos manter firmes na luta por uma educação livre, de qualidade e a serviço do povo.

 

Manifestamos solidariedade aos estudantes agredidos!

Pelo fim da criminalização ao movimento estudantil!

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