Liberdade imediata para os lutadores do povo arbitrariamente presos!

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2014_06_Moradorerua_rebaixada-orgNa manhã do dia 12 de julho, a Justiça do Rio de Janeiro cumpriu o papel de cão de guarda dos interesses econômicos da Fifa, Itaú, Rede Globo e dos governos envolvidos na organização da Copa no Brasil. O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau (27ª Vara Criminal da Cidade do Rio de Janeiro), em papel comparável ao dos generais fascistas da Ditadura Militar, emitiu 60 mandados de prisão, busca e apreensão motivado pela perseguição política aos que protestam contra a precária situação de nosso povo frente a uma Copa elitizada e sob a lógica do lucro.

Entre os presos estão, em sua maioria, estudantes, professores e jornalistas. São 26 encaminhamentos de cinco dias de prisão no complexo penitenciário de Bangu. A conotação de perseguição política ganha força com a prisão das mesmas pessoas que foram detidas na véspera do primeiro jogo da Copa (11 de junho), porém, na ocasião ocorreram apenas a detenção e a averiguação.

Nas palavras de Marcelo Chalreo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, “as prisões têm caráter intimidatório, sem fundamento legal, e têm nítido viés político, de tom fascista bastante presente. O objetivo é claramente afastar as pessoas dos atos públicos”.

A tática de criar um clima de medo fica clara na declaração do chefe de polícia Fernando Veloso: “Hoje nós começamos a desmantelar uma quadrilha organizada. A investigação começou em setembro”. Chega-se à acusação absurda de formação de quadrilha armada, por ter sido encontrado um revolver calibre 38 em posse de um dos presos. A arma era registrada no nome do pai do acusado, algo comum em nosso país, mas foi o motivo para a Polícia Civil juntar “alhos com bugalhos” e ligar jovens mascarados e ativistas políticos a “terroristas que queriam impedir a final da Copa”.

Abaixo a repressão!

A questão está clara, após 30 anos da derrubada da Ditadura Militar: os representantes do autoritarismo, incrustados nas esferas judiciais, hegemônicos nas fileiras dos batalhões fardados da repressão de nossos dias e acomodados no poder político do Estado Brasileiro, não aceitam um povo indignado e que luta. Desrespeitam a Constituição, que garante a liberdade de expressão e de manifestação, e prendem, sem nenhuma prova, deixando evidente que o fascismo ainda sobrevive em nosso país.

O aparato repressor montado para o último jogo da Copa nunca foi visto nesse país. No total, 20 mil homens das forças de repressão na Cidade do Rio de  Janeiro para garantir uma partida de futebol e a segurança da máfia da Fifa, que, não satisfeita com os bilhões arrecadados livres de impostos, ainda vende milhares de ingressos superfaturados. Não bastasse, nas favelas cariocas, os mini-estados de exceção por via de ocupações policiais e das forças armadas, visam a segurar o ímpeto de uma população que perde seus filhos todos os dias sob o jugo da violência comparada a países em guerra civil. Em que pese tal situação, neste domingo, 13 de julho, o movimento popular relembra um ano do desaparecimento do pedreiro Amarildo, na Favela da Rocinha, durante operação policial.

O Partido Comunista Revolucionário (PCR) e a União da Juventude Rebelião (UJR) repudiam as arbitrárias prisões realizadas em nosso país e convoca todos os trabalhadores e a juventude rebelde a continuarem a lutar pela libertação imediata de todos os que foram arbitrariamente presos. Com a união e a luta de todos os movimentos e forças políticas que defendem o direito às manifestações, derrotaremos, mais um vez, o fascismo.

Partido Comunista Revolucionário (PCR)

União da Juventude Rebelião (UJR)

Liberdade já para:

– Eliza Quadros Pinto Sanzi, “Sininho”
– Gerusa Lopes Diniz, “GLo”
– Tiago Teixeira Neves da Rocha
– Eduarda Oliveira Castro de Souza
– Gabriel da Silva Marinho
– Karlayne Moraes da Silva Pinheiro, “Moa”
– EloysaSamy Santiago
– Camila Aparecida Rodrigues Jourdan
– Igor Pereira D’ Icarahy
– Emerson Raphael Oliveira da Fonseca
– Rafael Rêgo Barros Caruso
– Filipe Proença de Carvalho Moraes, “Ratão”
– Felipe Frieb de Carvalho
– Pedro Brandão Maia, “Pedro Funk”
– Bruno de Souza Vieira Machado
– Rebeca Martins de Souza
– Joseane Maria Araújo de Freitas
– Eronaldo Araújo da Fonseca
– Sarah Borges Galvão de Souza
– Outros dois menores apreendidos 


Ativistas perseguidos:
– Luiz Carlos Rendeiro Junior, “Game Over”
– Luiza Dreyer de Souza Rodrigues
– Ricardo Egoavil Calderon, “Karyu
– Igor Mendes da Silva
– Drean Moraes de Moura Corrêa, “DR”
– Shirlene Feitoza da Fonseca
– Leonardo Fortini Baroni Pereira
– Pedro Guilherme Mascarenhas Freire
– André de Castro Sanchez Basseres