Indignados com o retorno da jornada de 44 horas semanais, os garis da coleta da Urbana (autarquia de limpeza urbana da Prefeitura de Natal), que estavam trabalhando em regime de escala de 12 por 36 horas, paralisaram suas atividades no dia 10 de julho. Mesmo com a presença dos encarregados e do diretor operações, que tentaram intimidar os trabalhadores, o movimento se manteve firme, e a coleta da Zona Norte de Natal não funcionou.
No dia seguinte, o movimento realizou uma assembleia com toda a categoria em que garis que usaram da palavra para denunciar vários abusos e humilhações praticadas por alguns encarregados da empresa. Em seguida, foi aprovada, por unanimidade, a greve dos garis da Urbana, numa clara demonstração de combatividade e união dos trabalhadores.
Mesmo com a empresa ameaçando o comando de greve com demissões e o corte de ponto pelos dias parados, o movimento se fortaleceu e, no domingo, as turmas que fazem a limpeza das feiras também aderiram ao movimento grevista.
Na segunda-feira (13), com praticamente todos trabalhadores em greve, quando o movimento ameaçou ir em passeata para a Prefeitura Municipal, o presidente da Urbana, Sávio Hackrat, recuou e decidiu negociar com o comando de greve. Até em então, ele vinha afirmando que não negociaria enquanto os trabalhadores não saíssem da greve.
Os trabalhadores saíram vitoriosos da negociação, pois arrancaram da empresa um compromisso por escrito de que será realizado um estudo sobre as questões levantadas, com retorno no dia 03 de agosto. Além disso, todas as faltas pelos dias parados foram abonadas e o comando de greve foi reconhecido como representante legítimo da categoria, já que o sindicato se posicionou contrário à luta dos trabalhadores.
Toda a luta foi travada com muita união, combatividade e disposição. O encaminhamento final foi permanecer em estado de greve até o dia 03, e, no dia 04, realizar uma nova assembleia para avaliar a resposta da empresa. Caso não sejam atendidas as reivindicações, a luta continuará!
Alexander Feitosa