Como reflexo da contínua política externa do governo do AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento), massacres estão ocorrendo na Turquia. Até o momento, nada foi descoberto sobre as explosões em Reyhanlu e Antep. Vimos um ensaio de massacre em Diyarbakir durante a campanha eleitoral e os reais culpados até agora não foram apresentados à justiça. Ontem, assistimos outro massacre com ataque a bomba, dessa vez contra a juventude de Suruc* que estava se preparando para ajudar na reconstrução de Kobane.
As imagens do massacre onde 30 pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridos mostra toda a estensão da violência. Considerando que os jovens foram seguidos pela polícia desde que saíram da estrada, é estranho que eles tenham sido sujeitos a um ataque deste tipo.
A política do AKP para o Oriente Médio nos últimos anos; as armas escondidas sob medicamentos encontradas em um caminhão em Adana e a perseguição as pessoas que expuseram este fato; a recusa de classificar o Calificado Islâmico como uma organização ‘terrorista’ e sua colaboração com eles; tudo isso trouxe o terrorismo do EI para dentro das fronteiras turcas.
O Presidente Tayyip Erdoğan e o governo do AKP são os responsáveis pelo massacre, pois têm o povo curdo e as Unidades Proteção Popular (YPG) como o alva de seus discursos públicos. Enquanto isso, coube aos curdos atacados pelo AKP, e a despeito dos massacres em Kobane, a tarefa de resistir e expulsar o EI de Kobane.
Selma Gürkan / Presidente do Partido do Trabalho (EMEK PARTISI)
* Suruc é uma pequena cidade de maioria curda que fica a 15 minutos de carro da fronteira com a região de Kobane, na Síria.