Com o lema “Nenhum direito a menos. Em defesa da democracia. Fortalecimento do Ramo Urbanitário” ocorreram entre os dias 10 e 14 de agosto, na cidade de Florianópolis, o 20° Congresso da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e o 1º Congresso da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU).
Abordando temas relacionados à categoria urbanitária e à realidade política do país os dois eventos contaram com a presença de centenas de delegados e convidados de movimentos sociais como o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos trabalhadores sem Terra (MST) e a CUT.
Uma das mesas de debate que ocupou destaque no congresso abordou o tema “Garantir o Saneamento e a Sustentabilidade Ambiental como Direito”. Nele, o Dr. Luiz Roberto Moraes (Professor da UFBA), Fabio Giori e Pedro Romildo (ambos diretores da FNU) e Edson Aparecido da Silva (Coordenador da Frente Nacional Saneamento Ambiental – FNSA), abordaram a questão das Parcerias Público Privada que tem representado a privatização na área em todo o país. Para o Professor Luiz Roberto “Há um conflito de interesses entre o público e o privado, e não podem caminhar juntos. As PPP`s são uma prova disso”. Para ele a interferência do capital privado fica muito clara também na questão dos resíduos sólidos, onde não interessa aos empresários a aplicação da Lei, que foi uma conquista da sociedade; o que vale é a produção em massa e o lucro.
A ameaça de privatizações também ocupou a discussão no tema sobre o setor elétrico, ficando evidente que para barrar a sanha privatista será necessário envolver o conjunto da sociedade, os movimentos sociais e outras organizações. Os sindicatos sozinhos não conseguirão essa conquista. É preciso a unidade do povo para avançar.
O Movimento Luta de Classes esteve presente nos dois congressos, sendo representados por Wilton Maia e Adriano Teixeira, presidente e vice-presidente do Sindicato dos Urbanitários da Paraíba (STIUPB), respectivamente.
No último dia do congresso (dia 14) ocorreu a eleição para diretoria da CNU, tendo sido aprovado o plano de lutas para a categoria urbanitária. Para Wilton Maia, eleito para a comissão política da entidade, diante da realidade de sérios ataques aos direitos dos trabalhadores “sem uma forte aliança entre os trabalhadores da cidade e do campo, em diálogo contínuo com o povo, não teremos grandes avanços, pois, só a organização popular colocará nossa agenda política na ordem do dia dos governantes”.
Para Paulo de Tarso, diretor do SINERGIA-BA, eleito para a presidência da CNU, “muitos desafios estão colocados para a CNU. Precisamos lutar contra as privatizações das distribuidoras de energia da Eletrobras, assim como é fundamental criar um coletivo de jovens para aumentar ainda mais as nossas bases”.
Da Redação