A Verdade entrevistou o professor e militante do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) Marcelo Buzetto, autor do livro A Questão Palestina – guerra política e relações internacionais. No livro, Buzetto nos apresenta o conflito colonial na Palestina desde as origens do sionismo até a última ofensiva israelense contra Gaza. De uma perspectiva das relações internacionais, a obra do professor Marcelo reúne reflexões importantes sobre o conflito na Palestina, que continua despertando diferentes interpretações e manipulações por parte da mídia a serviço do imperialismo.
A Verdade – Você visitou algumas vezes a Palestina. Como é a vida dos palestinos e o que mais chamou sua atenção nesse contato com o povo?
Marcelo Buzetto – O povo palestino é um povo com uma impressionante capacidade de resistência diante das mais graves situações e tragédias. As condições de vida e de trabalho são muito precárias, mas o povo mantém uma agricultura camponesa produzindo alimentos (sem veneno nem transgênicos), o comércio funcionando, escolas, hospitais, uma pequena indústria, enfim, existe uma vida cotidiana em pleno desenvolvimento.
O grande problema é a ocupação israelense, que impede que os palestinos tenham direitos econômicos, sociais e políticos básicos. O governo de Israel proíbe a livre circulação de pessoas e mercadorias, mantém postos de controle do exército em todo o território palestino, nas terras ocupadas em 1948 (que chamam de “Estado de Israel”) e em 1967, em Jerusalém (cidade que é a capital da Palestina), e em todo o entorno de Gaza (que está cercada por ar, terra e mar por tropas israelenses).
Existem, hoje, 6 mil presos políticos palestinos em cárceres israelenses, sendo 140 crianças e 27 parlamentares. Israel construiu o muro do apartheid, com 800 quilômetros de extensão, separando as vilas e cidades palestinas. Colonos israelenses em assentamentos ilegais na Cisjordânia matam e atacam palestinos, constantemente, sob a proteção do exército de ocupação. Quando um palestino é preso lutando por justiça e libertação nacional, Israel manda demolir a casa de sua família como punição coletiva pelo seu ato de rebeldia anticolonialista. Israel está expulsando palestinos de Jerusalém, demolindo suas casas ou colocando nas casas famílias de judeus sionistas que chegam da Ásia, Leste Europeu ou Estados Unidos.
O que mais me chamou a atenção foi a unidade das famílias palestinas em torno da luta. A disposição de luta e resistência passa de geração para geração. Os avós lutaram em 1948/49, os pais lutaram contra a ocupação ocorrida na Guerra dos Seis Dias (1967) e a nova geração luta contra o território que vem sendo ocupado após os fracassados Acordos de Oslo (1993/1994), que só prolongaram o sofrimento do povo palestino. É incrível como os avós e pais sentem orgulho e alegria quando um neto ou um filho participa ativamente da luta contra o colonialismo israelense.
Quando e por que surgiu o conflito entre a Palestina e Israel?
Podemos resumir em três acontecimentos históricos: 1) a origem e o desenvolvimento do movimento político colonialista conhecido como sionismo, surgido na Europa em 1897, que pregava a necessidade de criar um “lar nacional para os judeus”. A partir daí, o sionismo iniciou a ocupação colonial da Palestina, comprando terras e montando um exército durante 50 anos (1897/1947). Esse movimento racista pregava a expulsão dos árabes da Palestina e seus líderes se reuniram com o Império Turco-Otomano, com o Império Britânico e até com os nazistas para conseguir apoio para seu projeto; 2) a decisão ilegal e ilegítima da ONU de partilhar a Palestina em dois Estados, em 29/11/1947. Esse plano foi resultado da pressão estadunidense na ONU, mas teve apoio da URSS e de países do Leste Europeu. Stálin defendeu a criação do Estado de Israel. Com apoio das duas superpotências, os árabes-palestinos foram derrotados na ONU. Todos os países vizinhos da Palestina foram contra o Plano de Partilha. Essa decisão ilegal foi uma vitória sionista, e a tensão na região só aumentou; 3) a criação unilateral do “Estado de Israel”, através de um golpe de Estado dado por grupos armados e terroristas sionistas que formaram as Forças de Defesa de Israel entre 14 e 15 de maio de 1948. Esses grupos se aproveitaram da retirada das tropas britânicas da Palestina. Os britânicos haviam colonizado a Palestina de 1918 até aquela data.
Depois da criação de Israel, este Estado ocupou ou se apropriou de terras palestinas?
Em 1948 e 1949 ocupou o território palestino que hoje é erroneamente chamado de “Israel”. “Israel”, ou a “entidade sionista” (nome usado pela resistência libanesa para designar “Israel”), matou milhares de civis, destruiu mais de 300 aldeias e vilas e expulsou cerca de 900 mil palestinos em dois anos de genocídio e limpeza étnica. Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou Gaza, Cisjordânia, Jerusalém e ainda avançou e tomou as Colinas de Golan, da Síria (ocupadas até hoje, apesar de inúmeras resoluções da ONU exigindo a retirada das tropas israelenses), e a Península do Sinai, do Egito (devolvida após acordos entre Israel e Egito, entre 1977 e 1979). Durante os anos 1970, 1980, 1990 e 2000, Israel continuou ocupando e colonizando terras palestinas, principalmente na Cisjordânia, construindo o muro da separação e colônias/assentamentos ilegais que só geraram mais conflitos e violência.
Yasser Arafat foi realmente assassinado?
Tudo indica que ele foi gradativamente envenenado com várias substâncias, entre elas polônio e HIV. Houve acusações de infiltração de agentes do Mossad (serviço secreto israelense) entre os médicos, enfermeiros e seguranças de Arafat, que aplicaram nele doses gradativas dessas substâncias durante anos. Israel nunca negou veementemente. Setores da sociedade israelense e do governo de Israel diziam que não poderia haver acordo nenhum com os palestinos enquanto Arafat estivesse vivo, que ele protegia “terroristas” etc. A morte de Arafat, em 2004, criou uma situação de tensão e divisão entre o povo palestino, fato que favoreceu Israel. O atual presidente, Mahmoud Abbas, não tem o respeito que Arafat tinha, não tem a experiência de combate, é um burocrata ligado a setores empresariais da burguesia palestina, não foi um líder militar da resistência.
Por que Gaza e Cisjordânia têm governos diferentes? Como se organiza a Autoridade Palestina?
A Autoridade Palestina (AP) foi o governo “autônomo” que surgiu como resultado dos Acordos de Oslo de 1993/1994. Israel permitiu o retorno dos membros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) para Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Entre 1995 e 1996 teve início a construção da Autoridade Palestina, de que Arafat foi eleito presidente. Após sua morte, novas eleições aconteceram (janeiro de 2006), e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) obteve a maioria do parlamento (76 cadeiras, num total de 132), elegendo assim, como primeiro-ministro, um de seus principais líderes, Ismail Haniye. O presidente ficou sendo Abbas, do partido Movimento de Libertação Nacional (Fatah) e o primeiro-ministro ficou sendo Haniye, do Hamas. Estados Unidos, União Europeia e Israel não reconheceram a vitória do Hamas e estimularam a luta fratricida entre Hamas e Fatah. Disseram que só era legítimo o governo de Abu Mazen (Mahmou Abbas), e que ele seria o interlocutor na Palestina. Abbas atendeu a todas as exigências de Israel, EUA e UE e iniciou ataques verbais públicos contra o Hamas. Na Cisjordânia, o Fatah começou a perseguir e a prender militantes do Hamas e, em Gaza, o Hamas iniciou a perseguição e prisão de militantes do Fatah. Esse clima quase levou os palestinos a uma guerra civil. Já as organizações da esquerda marxista palestina, como a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) criticaram duramente os enfrentamentos entre esses dois partidos e convocaram todas as forças palestinas para uma unidade nacional contra o inimigo comum: a ocupação israelense.
Quais são os objetivos de Israel em relação à Palestina e ao mundo árabe? Além dos EUA, que países apoiam integralmente Israel?
Israel é uma potência regional colonialista, imperialista. Os sionistas, que governam Israel desde 1948, implementaram uma política militarista e expansionista. Eles querem controlar toda a Palestina e mais os territórios árabes vizinhos, pois querem a Grande Israel. A bandeira de Israel mostra as fronteiras do Estado Sionista. A faixa azul de cima é o rio Eufrates, no Iraque, e a faixa azul abaixo da estrela de Davi é a representação do rio Nilo. Israel quer toda a Palestina, por isso o fracasso da solução de dois Estados, da partilha da Palestina. Os sionistas nunca aceitaram isso. Querem sempre mais, expandir cada vez mais a colonização das terras árabes. Israel é o aliado estratégico do imperialismo estadunidense, britânico e francês na região do Oriente Médio. A Palestina tem uma localização geográfica estratégica e Israel existe para dividir os árabes e criar situações de permanente discórdia e violência na região. A existência do Estado de Israel impede o fim da violência na região. Israel é o centro da desestabilização política regional. Israel tem acordos com Egito, Jordânia e Arábia Saudita. As monarquias árabes são cúmplices da ocupação israelense da Palestina. Também a Turquia tem acordos militares e de segurança com Israel. Apesar do discurso dos líderes desses países a favor dos palestinos, sua atuação é parte do bloco de forças imperialistas, e não fazem nada contra Israel. Em pleno bombardeio israelense a Gaza, em 2009, o presidente Hugo Chávez (Venezuela) rompeu relações comerciais e diplomáticas com Israel. Nenhum daqueles países fez a mesma coisa, e os povos árabes chamaram Chávez de “o mais árabe de todos os presidentes”. O novo governo grego, que se diz “progressista e de esquerda”, também se aproximou de Israel e firmou acordos.
É verdade que o governo brasileiro tem estabelecido acordos com as empresas bélicas de Israel?
Por mais que possa causar estranheza para alguns, nos governos Lula e Dilma foram firmados os principais acordos comerciais e militares entre Brasil e Israel. Lula construiu o Tratado de Livre Comércio Mercosul-Israel e Dilma o implementou, ambos ignorando as denúncias, manifestos e pedidos de cancelamento desse acordo por parte dos movimentos populares, sindicais e estudantis do Brasil. São responsáveis pela compra de armas, munições, equipamentos e veículos militares, além de veículos aéreos não tripulados (VANTs). Nelson Jobim, ministro da Defesa de Lula, e Jacques Wagner, quando ministro da Defesa de Dilma, firmaram acordos milionários com empresas israelenses, entre elas a Elbit System. Nesse período, o exército brasileiro abriu um escritório comercial em Tel Aviv.
A posição do governo federal, de aproximação comercial com Israel, é responsável pela desnacionalização da indústria de defesa brasileira. Os governos Lula e Dilma estão colocando o Brasil numa situação de dependência tecnológica em relação a Israel, situação denunciada até pelo ex-ministro da Defesa de Lula, Celso Amorim, em recente entrevista. O governo israelense ameaçou o Brasil dizendo que se o governo não aceitasse a indicação do líder dos colonos sionistas na Cisjordânia como novo embaixador, Israel poderia inviabilizar vários acordos que estão em curso, e outros que estão para ser assinados, na área da indústria da defesa, ciência e tecnologia e agricultura.
O governo brasileiro tem aberto as portas e estimulado os governos estaduais e municipais a comprarem armas letais e “não letais”, e equipamentos militares de Israel, bem como a realizarem cooperação na área de treinamento e formação de novos policiais e oficiais, fatos que ajudam a compreender o aumento da letalidade e da agressividade das polícias militares e guardas municipais no Brasil dos últimos anos. São as técnicas israelenses de abordagem, de interrogatório, de atuação contra “distúrbios civis”, “controle de multidões” e “garantia da lei e da ordem”. O exército brasileiro, sob o comando de Lula e Dilma, criou os batalhões GLO (Garantia da Lei e da Ordem), uma tropa de choque para atuar contra as manifestações. Todo treinamento deles identifica movimentos populares como o inimigo interno causador de desordem e instabilidade. Também Lula e Dilma criaram e ampliaram a Força Nacional de Segurança, em que a maioria dos membros é de policiais militares de São Paulo e Rio de Janeiro, onde a PM já é reconhecidamente uma força militar de ataque.
O governador de São Paulo comprou 14 veículos blindados israelenses ao preço de R$ 80 milhões. Mas alguns meses antes, o então ministro da Defesa de Dilma, Jacques Wagner, comprou 77 mísseis e bombas israelenses para equipar os aviões Grippen, que o Brasil comprou da Suécia após lobby feito pelo prefeito de São Bernardo do Campo, amigo dos empresários da SAAB-Scania, produtora dos aviões. Vários prefeitos, governadores e parlamentares brasileiros, da base do governo ou da oposição ao governo têm sido assediados por Israel. No Rio de Janeiro, até Marcelo Freixo (PSOL) tem se aproximado de grupos sionistas da Federação Israelita Estadual para obter apoio financeiro e político em sua campanha eleitoral. Freixo chegou a defender publicamente a existência de Israel e a solução de dois Estados, e criticou Babá e outros militantes do PSOL por queimarem a bandeira israelense numa manifestação pró-Palestina.
Também o Instituto Lula, em São Paulo, tem diretores pró-Israel, e lá aconteceram várias reuniões de empresários e militares israelenses com Lula, antes de serem firmados os acordos. Clara Ant, dirigente histórica do Partido dos Trabalhadores (PT) e diretora do Instituto, é conhecida militante pró-sionista. O sionismo também avança entre os religiosos no Brasil, é o sionismo cristão. Caso mais gritante tem sido a atuação da bancada evangélica e a construção do Templo de Salomão, da Igreja Universal, em São Paulo. Na inauguração dessa obra, cheia de irregularidades técnicas e sem várias autorizações de funcionamento, estavam juntos a presidenta Dilma (PT), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o vice-presidente Michael Temer (PMDB) e o cônsul de Israel em São Paulo. O local foi decorado com símbolos judaicos e bandeiras de Israel, e o início da cerimônia foi com o Hino de Israel. Isso ocorreu em 2014, ano eleitoral, e o apoio dessa Igreja a Lula e a Dilma é amplamente conhecido.
Quais são as resoluções tomadas pela ONU relativas ao direito ao retorno dos palestinos? Por que Israel descumpre essa resolução?
A principal é a Resolução 194, de 1949, que garante o retorno a todos os refugiados com direito a indenização caso sua casa, vila, comércio ou propriedade tenha sido destruído pela ocupação israelense. Israel diz que nunca irá aceitar o direito de retorno, e o próprio presidente da Autoridade Palestina abriu mão de lutar por isso, traiu seu próprio povo. Disse, inclusive, que só irá na sua terra natal como “turista”. Esse é um direito inalienável do povo palestino, assegurado pelo direito internacional e defendido por esmagadora maioria do povo palestino e suas organizações. Hoje existe uma campanha internacional chamada Campanha Global Pelo Retorno à Palestina. Várias campanhas já falavam disso, mas esta tem uma importância especial, pois surge num momento em que os refugiados palestinos estão caindo no esquecimento, principalmente após o conflito na Síria. No Brasil, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está coordenando as atividades da campanha, que será amplamente debatida no Encontro Nacional de Solidariedade ao Povo Palestino, nos dias 1º, 2 e 3 de abril na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP).
Quais são as organizações políticas e sociais mais importantes na luta de libertação do povo palestino? Como elas agem e se organizam?
Existem muitas. Os palestinos desenvolveram uma combinação das formas de luta e de organização com movimentos de mulheres, de juventude, de sindicatos, de partidos políticos, organizações de direitos humanos e organizações político-militares, como é natural numa luta legítima por soberania, justiça, independência e autodeterminação. Na luta dos camponeses há a União dos Comitês de Trabalho Agrícola (UAWC), que representa a Via Campesina na Palestina, na luta das mulheres há a União dos Comitês de Mulheres Palestinas (UPWC) e a União Geral de Mulheres Palestinas. Existem quatro centrais sindicais e vários partidos políticos, sendo os principais partidos da esquerda socialista/comunista a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) e o Partido do Povo Palestino (PPP).
Qual a causa da atual onda de violência contra os palestinos?
A causa é a manutenção da ocupação israelense na Palestina. Enquanto Israel não cumprir as Resoluções da ONU, enquanto houver 6 mil presos políticos, enquanto houver repressão, violência, genocídio e limpeza étnica praticados por Israel contra os palestinos, haverá conflito, haverá resistência popular sob as mais diferentes formas. Uma situação de desespero toma conta de muitos palestinos. Imagine o que é viver sob uma ocupação militar israelense por 68 anos. Casa destruída, família destruída, amigos e parentes torturados, presos assassinados cotidianamente, e a ONU não faz nada, e a chamada “comunidade internacional” não faz nada! Nem os governos árabes, nem a própria Autoridade Palestina, que hoje nada mais é do que uma administradora da ocupação israelense. Então o povo se rebela. Por isso essa Terceira Intifada (O levante), a Intifada Al-Aqsa, que teve início pelas sucessivas provocações sionistas contra o espaço sagrado dos muçulmanos em Jerusalém, a Esplanada das Mesquitas. E Israel responde à legítima resistência anticolonialista dos palestinos sempre de maneira muito desproporcional. Prendeu e matou centenas, bombardeou Gaza, mantém o cerco por terra, mar e ar, intensificou a repressão etc.
Que futuro você acredita que terá o povo palestino?
Um futuro de ampliação da resistência e do apoio internacional a essa causa justa. Israel vive uma situação de isolamento político internacional, em certos aspectos, mas ainda tem o apoio econômico e militar dos EUA e de setores da União Europeia. A Terceira Intifada não será detida, e é um movimento popular contra Israel, mas também de crítica à Autoridade Palestina, que se junta a Israel para impedir seu próprio povo de lutar. É uma luta contra os governos árabes reacionários e pró-imperialistas, como a Arábia Saudita. Grandes mobilizações vão ocorrer, na Palestina e no mundo, mas o fundamental é a unidade nacional palestina contra a ocupação israelense, pois nenhuma organização sozinha conseguirá deter a máquina de guerra sionista. Por isso a existência de um Comando Unificado da Resistência Palestina é cada vez mais urgente. Uma direção política e militar unificada é a garantia para resistir e vencer, e assim acumular forças para a vitória final, a libertação de toda a pátria palestina.
Redação São Paulo