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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Governo turco suspende canal de TV ligado a movimentos sociais

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A transmissão do canal de TV Hayat Sesi (Voz da Vida) foi suspensa pelo governo turco no último dia 30/09 a mando do presidente-ditador Recep Tayyip Erdoğan sem nenhuma justificativa legal. Segundo informações oficiais do TÜRKSAT, o satélite estatal do país, a medida foi tomada por ordem do governo através de um decreto de emergência.

Há meses o governo do AKP, por meio do RTÜK (Conselho Supremo de Radiodifusão), vem perseguindo com multas e sanções administrativas a TV Hayat Sesi, considerada a única do país independente dos grandes conglomerados de comunicação. “Apenas nos últimos três meses, nos impuseram quatro multas e quatro advertências. Esse tipo de punição era uma forma de criar as condições para suspender nossa transmissão e fechar nosso canal de televisão”, informou em nota a emissora.

Manifestantes protestam em Munique, Alemanha, contra o encerramento da Hayat Sesi TV
Manifestantes protestam em Munique, Alemanha, contra o encerramento da Hayat Sesi TV

Ainda segundo a TV Hayat Sesi, o Governo Erdoğan tem se aproveitado do Estado de Emergência decretado após a tentativa de golpe militar, em julho, para suspender diversas liberdades democráticas no país. “A TV Hayat Sesi representa a voz da classe operária e dos trabalhadores contra o capital, a voz do laicismo contra as imposições reacionárias, a voz da paz contra os que se aproveitam da guerra, enfim, a voz de todos os explorados e oprimidos. E o governo se declarou inimigo dessa voz”.

Ditadura

Desde que chegou ao governo, em 2003, Recep Erdoğan impôs ao país uma ditadura aliada aos interesses norte-americanos na região.

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Alp Altınörs é preso pela Polícia turca

Nos últimos meses a perseguição aos opositores do regime tem aumentado. Mais de onze mil professores foram afastados das salas de aula acusados de ligação com o PKK, partido que luta pela independência do povo curdo, e o vice-presidente do HDP (Partido Democrático dos Povos), Alp Altınörs, também defensor da resistência curda, foi preso enquanto participava do funeral de uma das vítimas do ataque terrorista de 8 de outubro de 2015, que deixou mais de cem mortos, entre eles diversos militantes do HDP e do EMEP (Partido do Trabalho).

É fundamental ampliar a denúncia da repressão contra os movimentos populares na Turquia e fortalecer a solidariedade com o povo turco em sua luta por um país democrático, laico e soberano.

Da Redação

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