Milhares de pessoas tomaram ontem (29/11) as ruas de Brasília contra a votação da PEC 55 no Senado. Estudantes, trabalhadores e movimentos sociais criticam a proposta e acusam o governo golpista de Temer de se ajoelhar diante dos interesses dos grandes monopólios e banqueiros.
O protesto, que ocorria pacificamente na Esplanada dos Ministérios, virou uma grande confusão quando a tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal, a mando de Temer, agrediu os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
Nesse momento, um dos militantes da União da Juventude Rebelião (UJR) foi arbitrariamente preso pela PM enquanto se deslocava com outros companheiros até o prédio do Ministério das Cidades, onde se encontravam os ônibus que levariam os estudantes de volta para seus estados após o ato.
Impedidos pela violência policial de chegar ao local, o grupo foi até o estacionamento de shopping próximo com objetivo de aguardar a tensão diminuir. Foi quando um bando de policiais foi pra cima do militante, que também é diretor do DCE da UFRJ. “Os policiais vierem, me jogaram no chão e começaram a me bater na frente de todo mundo”, conta o jovem.
“Em seguida, eles me detiveram dizendo que eu estava sendo preso acusado de ter jogado um pedra num policial amigo deles. Me bateram muito. Me jogaram no chão, pisaram no meu rosto. Depois fui levado ao camburão, onde não pararam um segundo de me ameaçar e provocar. Antes de fechar a viatura, jogaram spray de pimenta no meu rosto para que eu não conseguisse respirar”, afirma.
As torturas continuaram: “Eu fiquei no camburão algemado por bastante tempo; depois eles me tiraram de lá e continuaram a me bater e ameaçar”.
A essa altura, o militante já estava sendo procurado por outros companheiros da UJR. Depois de uma hora e meia sendo torturado, o jovem foi levado à delegacia, onde já o aguardavam os advogados do movimento, que o auxiliaram durante o depoimento e conseguiram que fosse liberado, uma vez que a acusação era completamente falsa. O militante passa bem, apesar dos hematomas pelo corpo.
No início da madrugada desta quarta-feira (30/11), o plenário do Senado concluiu a votação, em primeiro turno, da PEC 55. Uma nova votação está prevista para o próximo dia 13 de dezembro (coincidentemente – ou não – no mesmo dia da edição, pela ditadura, do AI-5, em 1968). Novas manifestações estão marcadas para esse dia, e prometem ser ainda maiores.
Da Redação