Nos últimos dias, maciças mobilizações populares compostas por milhares de trabalhadores, organizados por sindicatos, movimentos sociais e centrais sindicais não se intimidaram diante do enorme aparato policial que cercou o Parlamento argentino, em Buenos Aires, e que atacou os manifestantes com gás, balas de borracha, canhões de água e bombas de efeito moral. Os protestos enfrentou a repressão e impediram momentaneamente a votação da Reforma da Previdência, que prejudica mais de 17 milhões de argentinos, entre aposentados e pensionistas. O governo do presidente Mauricio Macri, porém, conseguiu aprovar seu projeto antipovo na manhã deste dia 19 por apenas 128 votos, contra 116.
Em diferentes localidades do país, ocorreram manifestações similares em oposição a reformas. Na cidade de La Plata, os trabalhadores da empresa ATE e Astillero, junto com as organizações sociais e políticas, impediram a aprovação do pacote de leis proposto por María Eugenia Vidal, que incentiva a elevação da idade de aposentadoria para funcionários do Banco Provincia e outras modificações que afetam os trabalhadores.
Em Buenos Aires, com o Congresso militarizado, os deputados governistas tentaram iniciar a sessão sem o quórum necessário. Por várias horas, a Polícia promoveu uma verdadeira caçada aos manifestantes que tomavam as ruas. Dezenas ficaram feridos e muitas pessoas foram detidas.
Antes o impasse político, Macri e seus ministros ameaçaram aprovar a reforma por meio de um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU). A reação imediata das organizações políticas, sociais e sindicais obrigou o governo a desistir da medida.
O exemplo de luta dos argentinos deve seguir de combustível para as lutas sociais em todo o Continente, em especial para o Brasil, diante da já anunciada votação da Reforma da Previdência para o dia 19 de fevereiro de 2018.
Com informações do semanário Hoy, do PCR/Argentina