No último dia 21 de julho, a Unidade Popular (UP) realizou, em São Paulo, o 1º Torneio Marighella de Futsal da Unidade Popular, reunindo 21 equipes na Universidade Federal do ABC para um dia de confraternização e mobilização política através do esporte.
A ideia do torneio surgiu da experiência que alguns militantes da UP possuem nos jogos da várzea paulista, onde ajudam a organizar e construir equipes populares e antifascistas, que divulgam os princípios de solidariedade e combatividade da classe trabalhadora. Em um momento em que a miséria e o desemprego crescem, acompanhados pelo avanço do discurso fascista, de repressão às minorias políticas e à organização da classe trabalhadora, os campos e quadras do futebol amador têm se tornado um importante polo de resistência e discussão sobre a necessidade de lutar contra os retrocessos e por um futuro melhor.
O torneio contou com a presença de equipes femininas, LGBTs e equipes mistas, além das equipes masculinas, o que, para João Coelho, um dos organizadores do evento, “é de fundamental importância, pois o futebol é um esporte que faz parte da vida do povo brasileiro, reflete a vida para fora dos campos e quadras e gera fortes paixões e emoções; no entanto, carrega consigo as marcas dos preconceitos presentes em nossa sociedade, como o machismo, a LGBTfobia, o racismo e a xenofobia, e lutar contra isso é um dever de todos os apaixonados por esse esporte”. Sobre essa questão, Guilherme Freon, do Real Gothic, ainda acrescentou: “A nossa luta contra o fascismo vem justamente de quebrar estereótipos”.
Para JP, membro da Celeste Proletária Futebol e Luta de Classes, “participar de um evento como esse traz uma alegria imensa, pois vimos toda uma cena de clubes que enxergam a importância de construir o Poder Popular, e que refutam todas as formas de opressão sobre a classe trabalhadora e as minorias”.
O nome do evento homenageia o revolucionário comunista Carlos Marighella, herói do povo brasileiro que lutou durante anos contra o autoritarismo, o capitalismo e a repressão à classe trabalhadora, combatendo durante o Estado Novo de Getúlio Vargas e a ditadura militar fascista iniciada em 1964. Marighella era um apaixonado pelo futebol e pelo povo brasileiro, tendo entregado toda sua vida à luta pelo socialismo e morrido nas mãos da ditadura, entrando para a imortalidade e plantando no peito de cada trabalhadora e trabalhador brasileiro a esperança de um futuro justo e a confiança de poder construir esse futuro com as próprias mãos.
O torneio terá suas fases finais disputadas em agosto, quando se conhecerá o campeão, porém os vencedores desse grande evento, já se sabe quem são: a luta e a esperança no poder da classe trabalhadora.
Redação São Paulo