Foto: Jornal A Verdade
BRASÍLIA – A luta continua, e não pararemos enquanto um torturador der nome a qualquer monumento em Brasília.
No dia 25 de julho, que é o dia Internacional da mulher negra latino-americana e caribenha, nós do Movimento de Mulheres Olga Benario rebatizamos novamente a Ponte Costa e Silva, em Brasília, para Ponte Marielle Franco. Mulher negra, lésbica, periférica e política eleita, foi brutalmente assassinada e, há exatos 498 dias o Brasil e o mundo inteiro ainda não têm respostas sobre quem mandou matá-la.
Foto: Jornal A Verdade
Enquanto isso, torturadores são ovacionados, inclusive por parlamentares eleitos. Estão descumprindo o código penal (art. 287), e por isso devem pagar por seus crimes. Aliás, todos os torturadores, de crianças, mulheres e diversos trabalhadores, na Ditadura Militar, nunca foram sequer responsabilizados por seus desumanos atos. Nós exigimos a abertura dos arquivos da ditadura e punição exemplar a todos os mandatários e executores desses crimes.
Desde 1992, mulheres negras latino-americanas e caribenhas relembram no dia 25 de julho as diversas lutas que travamos e as tantas outras que precisaremos travar até que parem de nos matar, de nos inferiorizar e de nos negar direitos sistematicamente.
Foto: Jornal A Verdade
No Brasil, Marielle Franco se tornou um dos símbolos das nossas lutas, e jamais descansaremos enquanto 13 de nós somos assassinadas e 135 estupradas, pelo descaso do Estado, e enquanto forem feitas homenagens a quem é símbolo de quem nos assassina.
Viva o julho negro.
Viva Marielle Franco.
Punição a todos os torturadores.
A luta continua.