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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Governo de Eduardo Leite promove mais ameaças a educação no Rio Grande do Sul

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Leonardo de Carvalho
Unidade Popular Pelo Socialismo


Foto: Reprodução/Esquerda Diário

RIO GRANDE DO SUL Segundo dados do censo escolar de 2019, 37 escolas foram fechadas no Rio Grande do Sul, o número de oferta de turmas caiu 11,7%, o número de matrícula diminuiu em mais de 150 mil. Fora isso, cerca de 6,7 mil jovens abandonaram a escola em 2018 (7%).

Ao invés de propor uma solução de para a evasão escolar, a secretaria estadual de educação, a mando de Eduardo Leite, está arbitrariamente exigindo que as diretorias “enturmem” os estudantes das escolas estaduais. Isso significa que os alunos de turmas diferentes possam ficar em uma mesma turma, assim superlotando as salas de aula e consequentemente sobrecarregando ainda mais os professores, o que levaria a uma precarização ainda maior do ensino, que já é estruturalmente precário.

Os absurdos não param por aí, o atual governo gaúcho segue a política do governo anterior, de José Ivo Sartori (MDB) de submeter os servidores públicos a um criminoso parcelamento de salários. Os servidores e servidoras vem recebendo salários parcelados há 45 meses consecutivos (Jornal A Verdade Edição n° 221). E mais, há meses o governo do estado não paga sequer 1 real aos mais de 1.500 educadores que foram contratados emergencialmente, ou seja, estes professores estão praticamente sendo escravizados.

Outro projeto de destruição da educação pública do estado é aplicar uma nova parceria público privada (PPP), a cópia do projeto estadunidense Charter Schools. Esse projeto permite que as empresas privadas de educação (ou as hipócritas Organizações Sociais (OS) e “Institutos sem fins lucrativos”) recebam toda a verba destinada à escola e assuma completamente sua gestão. Isso significa que a OS pode demitir os trabalhadores da escola quando quiser, além de contratar profissionais sem a necessidade de concurso público. Entregar a gestão da escola para grupos privados significa aprofundar os problemas do ensino, como evasão, falta de estrutura, condições precárias dos professores e outros trabalhadores das escolas, terceirizando a responsabilidade da educação para empresas privadas.

Além do mais, sabemos que atualmente a grande maioria das escolas não são tão democráticas quanto poderiam ser. É necessário para contrapor o projeto de venda do patrimônio público e lutar por mais investimentos e participação do povo nas decisões sobre escolas; na construção de um novo modelo de ensino; onde ele não seja baseado na meritocracia e lucro e que os educadores sejam de fato valorizados.

Nós precisamos ter vontade de ir para escola e aprender. Não será possível superar o problema da evasão se não debatermos os problemas concretos que enfrentamos, como não ter condições de pagar inclusive a meia passagem para ir até a escola, o assédio moral e sexual, o racismo e a LGBTfobia dentro das escolas. Todas essas condições prejudicam nossa saúde mental e capacidade de aprender.

Com certeza os grandes grupos de educação estão mais preocupados com quanto poderão lucrar em cima do financiamento público para suas empresas do que com os problemas e a necessidade dos estudantes, e nossa única saída é a luta e organização coletiva.

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