Disseminação mundial, em uma grande área geográfica, de uma nova doença que afeta uma proporção excepcionalmente alta da população pode ser considerada uma pandemia.
Extraído de www.operamundi.uol.com.br
Foto: OMS
SAÚDE – A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (11/03) pandemia de coronavírus em decorrência do aumento no número de casos, mortes e países atingidos pela doença. Ao todo, há 118 mil contaminações confirmadas e mais de 4,2 mil mortos.
Mas o que isso significa? A disseminação mundial, em uma grande área geográfica, de uma nova doença que afeta uma proporção excepcionalmente alta da população pode ser considerada uma pandemia. De acordo com a OMS, o termo é usado com mais frequência em referência à gripe e geralmente indica que uma epidemia se espalhou para dois ou mais continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.
“Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários”, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, durante entrevista coletiva de imprensa em Genebra.
A gravidade de uma doença não é o parâmetro decisivo para uma pandemia ser declarada, mas sim a efetividade com que a doença se espalha. De fato, uma pandemia pode começar com gravidade moderada e se tornar mais grave com a chegada de uma segunda propagação.
A declaração de pandemia implica que cada país desenvolva um plano de ação e o atualize constantemente com base nas diretrizes da OMS, o que pode incluir medidas para reorganizar os leitos hospitalares, novas instalações de terapia intensiva, compra de medicamentos, além do desenvolvimento e a produção em larga escala de uma vacina, assim como a organização de campanhas de vacinação.
“Descrever a situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS sobre a ameaça representada por esse coronavírus. Não altera o que a OMS está fazendo e nem o que os países devem fazer”, acrescentou Ghebreyesus. O diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, por sua vez, explicou que a declaração também não significa que a OMS adotará novas recomendações no combate ao coronavírus.
Para ele, a medida “não é como a de uma emergência internacional – é uma caracterização ou descrição de uma situação, não é uma mudança na situação”. “Não é hora para os países seguirem apenas para a mitigação”, que é uma estratégia de saúde pública que busca cuidar dos doentes e públicos prioritários.
A Covid-19 é a segunda pandemia deste século, que ocorre 11 anos após a de influenza H1N1, vírus que causou a gripe suína. A última declaração de pandemia da OMS remonta a 2009, quando a gripe H1N1 atingiu cerca de um bilhão de pessoas nos primeiros seis meses, causando a morte de pelo menos 600 mil indivíduos, segundo especialistas.
Até o momento, a gripe espanhola de 1918 foi a pior pandemia registrada nos últimos anos. Ao todo, pelo menos 50 milhões de pessoas em todo o mundo morreram.