O prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (MDB), ordenou a impressão e enquadramento de 456 fotos oficiais para pendurar nas paredes dos órgãos públicos do município. A extravagância custará ao povo mais de R$ 100 mil.
Roberto Vasconcellos e Hélio Ricardo C. Pereira
Belford Roxo
BRASIL – Ao mesmo tempo que torra o dinheiro público com gastos supérfluos, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (MDB), aliado de primeira ordem do presidente Jair Bolsonaro, não faz nada para enfrentar o desemprego, a fome e o aumento de casos de covid-19 na cidade. Ao contrário. Recentemente, Waguinho ordenou a impressão e enquadramento de 456 fotos oficiais para pendurar nas paredes dos órgãos públicos do município. A extravagância custará ao povo mais de R$ 100 mil.
Cada quadro com a foto do prefeito sairá pelo valor unitário de R$ 221 reais, ou seja, o equivalente a 21% do valor da salário-mínimo.
Superfaturamento e obras paralisadas
Fomos atrás de um orçamento para impressão e emolduramento em lojas do centro da cidade. Em média, o valor de uma impressão de foto em qualidade profissional varia entre R$ 4,00 e R$ 6,00. Se o prefeito imprimisse suas fotografias em uma dessas microempresas, o valor de custo ficaria entre R$ 1.824 e R$ 2.800. Já o enquadramento das imagens custa entre R$ 50,00 e R$ 80,00. Dessa forma, o custo total cairia para aproximadamente R$ 39 mil, o que, mesmo assim, é um gasto elevado para uma coisa tão desnecessária.
O fato é que os governos burgueses existem não para atender às necessidades do povo trabalhador, mas para atender aos interesses de grandes empresas e grupos políticos oligárquicos.
Belford Roxo possui diversas obras paradas por falta de pagamento e que fazem muita falta no dia a dia da cidade. Entre elas, está a Unidade Básica de Saúde do Parque São José, em obras há quase três anos, mas que até agora segue sem previsão de inauguração. Outro exemplo é o prédio da sede da Prefeitura, cujas obras se encontram paralisadas há mais de oito anos, enquanto o poder público gasta mais de R$ 30 mil por mês com o aluguel de um prédio privado.
Servidores da saúde são demitidos em plena pandemia
Em fevereiro deste ano, mesmo com o aumento do número de casos e mortes pela covid-19, o prefeito Waguinho demitiu centenas de agentes comunitários de saúde e guardas de endemias. Uma ação civil pública contra as demissões foi protocolada na Justiça pela Federação Nacional de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combates a Endemias para que forçar a Prefeitura a contratar cerca de 500 novos trabalhadores, além de reintegrar todos os profissionais exonerados no final de 2020.
Na Unidade de Saúde Mista do bairro do Lote 15, a Prefeitura demitiu médicos e deixou de pagar os salários de estagiários em dezembro e janeiro, piorando a situação dos profissionais da saúde e o acesso da população ao atendimento clínico. Os poucos médicos que restaram na unidade também estão com atraso no pagamento dos seus salários.
Perseguição aos servidores públicos e trabalhadores informais
Outras categorias do serviço público também estão sofrendo com os ataques da gestão do MDB. Segundo denúncia do G1 (10/03/21), cerca de 200 profissionais da Educação foram impedidos pela Prefeitura de fazer o cadastro na SEDUC e tiveram seus salários cortados desde o mês de janeiro. Os garis também estão passando por imensas dificuldades, pois falta de tudo, desde equipamento de proteção individual a vassouras, uniformes e sacos plásticos.
Já os trabalhadores informais do camelódromo do centro de Belford Roxo são constantemente ameaçados pela Prefeitura de remoção e reprimidos pela guarda municipal, a mando dos donos das grandes lojas.
Diante dessa situação, só há um meio para que os trabalhadores de Belford Roxo consigam vencer a gestão nefasta de Waguinho: se organizando e lutando. É necessário que o povo de Belford Roxo se conscientize, se erga e lute contra os exploradores do povo, para garantir seus mais básicos direitos.