Para a burguesia, os jovens não devem desenvolver seu potencial combativo. A fim de evitar uma rebelião, é essencial que o capitalismo subestime a capacidade transformadora dos mais novos e os inserirem em posições desfavoráveis.
Maria Eduarda Piliçari, Rio de Janeiro
EDUCAÇÃO – A juventude, por natureza, sempre sentiu a necessidade de mudança. Há quem diga que ela está perdida, e que estão cada vez mais alienados pelas telas dos smartphones e afogados no próprio egoísmo. Pensar desta forma é algo injusto, ao considerar que a alienação e falta de participação política dos jovens é essencial para a perpetuação da sociedade capitalista.
O papel da escola é fundamental para o desenvolvimento do aluno, e o ato de estimular as mentes frescas da juventude com conhecimento sociopolítico e pensamento crítico é o que tornará as futuras gerações cada vez mais conscientes e preparadas para a vida.
Atualmente, muito se diz sobre colocar a escolaridade do aluno numa espécie de funil, em que matérias essenciais para a construção de seu papel como cidadão e ser pensante são completamente ignoradas, deixando apenas o que é considerado “importante”.
Esta política de afunilamento do ensino, ao contrário do que os ideólogos burgueses dizem, não torna os estudos democráticos e não estimulará o estudante, apenas servirá como forma de criar novos trabalhadores
Isto não dará a todos as mesmas oportunidades. Aqueles que possuem dinheiro e condições para frequentar uma escola particular conseguirão com maior facilidade arranjar um trabalho que não lhe dê calos nos dedos, enquanto os pobres, negros e de periferia terão vários em suas mãos para que o seu patrão viva a vida de luxo almejada por tantos.
A educação deve servir para contribuir na libertação da juventude
A mídia sensacionalista compartilha casos de extrema pobreza e desigualdade como “histórias de superação”. De fato, há uma porcentagem mínima de pessoas que conseguiram oportunidades melhores. Entretanto, não é humano deixar que alguém cate livros no lixo ou estude em suas casas alagadas para ter acesso à educação.
Estudantes no Brasil e no mundo afora, que não possuem condições financeiras e sociais, são travados diretamente pelo capitalismo. Muitos jovens conciliam a escola com o trabalho (mal remunerado e informal) para ajudar na renda familiar. Todo ano estas dificuldades resultam num grande número de crianças e adolescentes que são coagidos a encarar a evasão escolar: isto é, o abandono do estudo.
Sendo assim, é essencial que desde cedo o jovem seja estimulado a se perguntar qual o seu papel no mundo e o porquê. Matérias como história, geografia, filosofia, sociologia e literatura são indispensáveis para a construção de jovens que reconhecem o próprio potencial combativo e que futuramente serão adultos verdadeiramente prontos para encarar o mundo.
Deve-se ensinar às crianças o futuro que elas merecem e a vida que elas têm o direito. É importante direcionar a revolta de cada jovem para que eles possam estudar e lutar cada vez mais para uma política verdadeiramente igualitária. Assim, construindo dia após dia a revolução, lutando pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo.