Os professores das redes estadual e municipal de ensino no RN têm dado um forte exemplo de luta e mobilização, com uma greve no município enfrentando uma gestão reacionária e se preparando para também realizar uma greve com os professores da rede estadual.
Redação RN
TRABALHADOR UNIDO – Em 2022, cerca de 1,5 milhão de professores devem receber um reajuste no piso salarial de 33,24%. O aumento é fruto de muita luta da categoria, que realizou grandes greves e mobilizações históricas, conquistando a aprovação da Lei do Piso em 2008.
Nos últimos meses, vários sindicatos realizaram importantes mobilizações para obrigar o Governo Federal a sancionar o reajuste dos 33%, já que a proposta inicial do governo era de míseros 7,5%. Com a vitória da sanção nacional, agora se inicia a luta nos estados e municípios pelo reajuste.
No Rio Grande do Norte, os professores da rede municipal e estadual iniciam o ano já em luta pelo reajuste salarial. Na rede municipal, os professores enfrentam a resistência da gestão do prefeito Álvaro Dias (PSDB), que até agora não realizou o pagamento do piso salarial do ano passado, que era para ter sido de 12%. Por conta disso, os professores do município estão em greve desde dezembro. Com uma grande participação da categoria, a maior parte das escolas está fechada e diversos atos já foram promovidos, um deles reprimido pela guarda municipal.
Já os professores da rede estadual realizaram, no último dia 4/02, um ato na sede do Governo do Estado para cobrar da governadora Fátima Bezerra (PT) o reajuste deste ano. Miguel Salusto, diretor de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do RN (SINTE), explicou como tem sido a luta no Estado: “Tivemos uma primeira reunião com o secretário de Educação, onde o governo falou que iria esperar a decisão do Governo Federal. Depois, o governo do RN cancelou uma reunião com a categoria. Por isso, convocamos um ato e puxamos o indicativo de greve. Esperamos que a governadora realize esse reajuste por completo”, disse.
A professora Maria do Socorro, diretora regional do SINTE, falou como a categoria tem sofrido com o arrocho salarial: “Há muito tempo a gente tem enfrentado uma crise econômica e política e, além disso, também estamos passando por essa crise sanitária. Para nossa categoria aumentou muito o arrocho salarial; tivemos que investir bastante em matérias para poder dar aulas em meio à pandemia e, pior, não tivemos reajuste em 2021. Agora, com esse reajuste de 33,24%, a maior parte dos municípios diz que não pode dar o reajuste. Como fica a gente? Estamos aqui reivindicando um direito que é nosso”.
Novas lutas
Após o ato realizado pelos professores no dia 4 de fevereiro, o governo do RN anunciou que vai dar o reajuste do piso em março, numa primeira parcela de 13%, sem garantir os retroativos e sem dar um prazo para fazer o pagamento dos outros 20%.
Os professores potiguares têm dado um forte exemplo de luta e mobilização, com uma greve no município enfrentando uma gestão reacionária e se preparando para também realizar uma greve com os professores da rede estadual. Sem sombra de dúvidas, 2022 será um ano de muita luta para toda classe trabalhadora.