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sábado, 23 de novembro de 2024

Vereadores aprovam moção de apoio à criação de escolas cívico-militares em Mogi das Cruzes (SP)

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CONTRA A MILITARIZAÇÃO DO ENSINO. Estudantes realizam manifestação e organizam abaixo assinado contra o projeto. (Foto: Reprodução)

Nesta terça-feira (26), os vereadores da cidade de Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo, aprovaram na Câmara Municipal a Moção nº 54/2022, que pede a instalação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM) na cidade. A moção proposta pelo vereador Otto Rezende (PSD) foi aprovada com dois votos contrários, dos vereadores Inês Paz (PSOL) e Iduigues Martins (PT).

Diretório Municipal da UP Mogi das Cruzes.


SÃO PAULO – Segundo o vereador Otto, o objetivo é melhorar o ensino-aprendizagem nas escolas, baseado no suposto “alto nível” de outros colégios militares. No entanto, a rotina dessas instituições não pode ser comparada à das escolas públicas. 

A comparação não é possível, tendo em vista que o modelo do realizado numa parceria entre Ministério da Defesa com o Ministério da Educação tem quantidade de alunos por sala menor do que as escolas públicas, carga horária discrepante e valorização dos professores e demais funcionários da escola.

Na prática, as vantagens do PECIM não estão ligadas à metodologia pedagógica, mas aos investimentos mais altos que essas instituições recebem. Investimentos que têm como objetivo financiar a militarização e a propagação da ideologia dos militares entre a juventude por meio da participação militar na gestão administrativa, educacional e didático-pedagógica junto ao corpo docente das escolas do município.

A farsa da educação cívico-militar

Mesmo com os investimentos mais altos, o PECIM não apresenta resultados surpreendentes. Prova disso são as escolas que já foram submetidas ao modelo no estado de São Paulo, inclusive as citadas pelo dito vereador como exemplos de sucesso. 

Na verdade, esses exemplos nos demonstram a falácia da melhoria prometida. Na prática, os novos investimento não foram destinado à infraestrutura, salário dos professores ou projetos que beneficiem os alunos. Em vez disso, se desdobram em mais uma forma de aumentar pagamentos aos militares, que desde sempre acumulam salários e benefícios às nossas custas. 

São muitas também as denúncias de assédio moral, sexual e violência neste modelo de escola. E se a educação militar é tão boa, por que não é aplicada aos filhos dos ricos? 

MILITARES VS. ESTUDANTES. Policial militar reprime manifestação de estudantes em São Paulo. (Foto: FOLHAPRESS)

A quem serve esta educação?

Além disso, tal modelo de ensino reforça a herança ideológica fascista das forças militares do Brasil. Uma ideologia que prima pela obediência absoluta, o amansamento do povo, censura ao questionamento. E suprime os aspectos que formam a identidade pessoal e coletiva, através da padronização de visual e comportamento. 

Não coincidentemente, o governo federal possui a meta de instalar 126 escolas no modelo cívico-militar até 2023. 

A partir da aprovação na Câmara Municipal, o documento será encaminhado a Bolsonaro (PL), ao governador do estado de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB), à secretária executiva de Educação de São Paulo, Renilda Peres de Lima, e ao prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha (Podemos).

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