UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Revolta no Equador contra a prisão de liderança indígena

Outros Artigos

Gustavo Rebelo
Salvador-BA

A liderança indígena Leonidas Iza Salazar, presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), foi detida na madrugada da última terça-feira (14) durante os protestos em massa que tomam curso no país andino.

Os movimentos populares, em especial a CONAIE, tomaram as ruas em uma grande paralisação nacional contra a escalada dos preços dos combustíveis, a falta de empregos, concessões de minérios em territórios nativos, dentre outras medidas anti-populares do governo de direita do banqueiro, e atual presidente da República, Guillermo Lasso.

O presidente da CONAIE Leonidas Iza é preso político do governo de Guillermo Lasso (Cristina Vega RHOR / AFP)

Assim, sob a alegação de “vandalismo”, as autoridades locais detiveram Leonidas, o que provocou a marcha de milhares de militantes dos movimentos indígenas em direção à Procuradoria da província de Cotopaxi, cercando o prédio e exigindo sua libertação imediata.

A mobilização surtiu efeito: após 24h da prisão ilegal, a Justiça equatoriana decretou a liberdade de Leonidas. Mesmo após a investida autoritária por parte do governo, a CONAIE anunciou que seguirá com a paralisação nacional, até que a Presidência responda às dez demandas da organização. São elas:

  1. Redução e interrupção dos aumentos dos preços dos combustíveis;

  2. Moratória mínima de um ano e renegociação das dívidas de mais de 4 milhões de famílias;

  3. Preços justos para os produtos do campo: leite, arroz, batatas etc.;

  4. Emprego e manutenção de direitos trabalhistas;

  5. Suspensão da ampliação da fronteira mineradora e petroleira, auditoria e reparação integral dos impactos ambientais;

  6. Respeito aos direitos coletivos indígenas;

  7. Interrupção das privatizações de setores estratégicos da economia (Banco del Pacífico, hidroelétricas etc.);

  8. Política de controle de preços e da especulação dos produtos de primeira necessidade;

  9. Investimento urgente nos hospitais que carecem de insumos, medicamentos e pessoal, além da garantia de acesso dos jovens ao ensino universitário;

  10. Desenvolvimento de políticas públicas efetivas contra a violência, o crime organizado etc.

A Unidad Popular, partido de esquerda com grande peso político no país, emitiu nota oficial declarando que: “Demandamos do presidente da República Guillermo Lasso, o respeito irrestrito às mobilizações realizadas pelo povo equatoriano. O direito à resistência, assim como à liberdade de organização e manifestação, são direitos constitucionais que nos assistem quando os governantes descumprem as demandas do povo equatoriano.”

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes