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domingo, 24 de novembro de 2024

Reitoria da UFRJ ignora demanda estudantil e adia inauguração de novo bandejão

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Após estudantes organizados pelo DCE e CA’s da UFRJ conquistarem novo bandejão na Ilha do Fundão, no Rio, reitoria adia em 1 mês inauguração do novo espaço. Movimento estudantil reivindica nomear o restaurante universitário em homenagem a um dos estudantes assassinados pela Ditadura Militar Fascista.

Camile Gonçalves | Rio de Janeiro* 


JUVENTUDE – Durante o governo fascista de Bolsonaro foram milhões em cortes na educação por conta da criminosa EC95 – conhecida como PEC do Teto de Gastos. Com a eleição do governo Lula, infelizmente, o cenário ainda não é ideal. O novo arcabouço fiscal foi mais uma forma de limitar os investimentos nas áreas públicas essenciais e o reflexo disso é um novo corte de milhões de reais nas Universidades e Institutos Federais já em 2023.

Atuando de forma combativa na conjuntura, o movimento estudantil segue lutando por permanência estudantil e construindo lutas em cada local. Não é novidade que as Universidades Públicas ainda são locais elitizados que além de privar milhões de jovens de ingressar, não garantem a política de assistência estudantil para a permanência.

A exemplo, na UFRJ, o Movimento Correnteza, que constrói diversas entidades, conquistou no último período um novo bandejão e a distribuição de quentinhas nos polos do interior.

Hoje, a Universidade conta com dois campi em Macaé, no interior do estado, um na Baixada Fluminense e cinco na capital do Rio. Desses, apenas três da capital e o de Duque de Caxias contam com bandejão, ainda assim, que não dão conta da demanda necessária para os mais de 56 mil alunos e uma capacidade de distribuição no entorno de 10 mil refeições.

Na Praia Vermelha e no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), os estudantes, com bastante frequência, sofrem com a falta de comida em horários de pico, por contarem apenas com um ponto de distribuição e não uma cozinha. Os restaurantes universitários destes campi tem que esperar a alimentação chegar do bandejão Central, localizado na Ilha do Fundão, a 10Km do IFCS e 16Km da Praia Vermelha.

Além disso, na Praia Vermelha, os estudantes têm que esperar em uma fila descoberta, faça chuva, faça sol, a sua vez de almoçar e pegar marmita, já que o local é improvisado e o refeitório não comporta os estudantes. Já na Faculdade Nacional de Direito (FND), Escola de Música e no campus do Valongo os estudantes têm que ir andando até o campus mais próximo (IFCS) para conseguir se alimentar. 

Esse cenário levou a mobilização permanente dos estudantes. O que possibilitou conquistas importantes. No Fundão, em março de 2022, com as aulas ainda remotas, conquistamos a transformação de um restaurante privado da Ilha do Fundão (O Burguesão) em um novo Restaurante Universitário que servirá mais de mil refeições diariamente.

Uma luta que contou com milhares de estudantes no abaixo-assinado, atos simbólicos, exigências de transmissões ao vivo dos Conselhos deliberativos e diversas visitas à obra pelos Centros Acadêmicos e pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). Realizamos uma contagem regressiva na parede do bandejão, mas, para nossa surpresa, a abertura foi adiada em mais de um mês e no próximo Conselho Universitário vamos construir um ato pelo compromisso com a pauta e abertura imediata do bandejão do CT.

Nossos passos vêm de longe

Em memória dos estudantes que lutaram por democracia e tombaram na ditadura fascista militar, inauguraremos o novo Restaurante Universitário com o nome de um ou uma estudante da UFRJ, que esteve nessas fileiras e seguiremos na luta por memória, verdade e justiça, exigindo punição aos torturadores de ontem e hoje.

Além disso, incluímos no Plano de Estudos da nova licitação organizada para os restaurantes universitários a distribuição de quentinhas em dois prédios, o JMM – no Fundão – e na FND – no Centro, já tendo feito visitas junto à reitoria e equipe do R.U. para estudar a viabilização do espaço. Continuaremos para essa mesma conquista no campus Valongo, tendo já apresentado e cobrado a demanda.

Em Caxias, apesar de já contar com o bandejão, fica aberto apenas no almoço e construímos um abaixo-assinado para a garantia da janta, além de cobranças diretas à reitoria em reuniões e Conselhos Universitários.

Em Macaé, tivemos uma conquista histórica, com a distribuição de quentinhas nos dois polos no almoço e na janta, enquanto cobramos pela construção do bandejão. Foram anos construindo atos, bandejaços, denunciando o descaso da reitoria e a falta de estrutura e de suporte aos estudantes do interior para que alcançássemos essa vitória.

*militante do Movimento Correnteza, diretora do DCE da UFRJ e do CAEng

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