Marinalva era uma lutadora incansável da educação pública, dos direitos das pessoas com deficiência e sempre apoiou as organizações de esquerda.
Felipe Annunziata | Redação
TRABALHADORES – Faleceu, nesta sexta (27), a professora Marinalva da Silva Oliveira, ex-presidente do ANDES-SN e grande militante do movimento em defesa da educação pública no país. Marinalva era professora da UFRJ e já havia lecionado na UFPA e na UNIFAP. Além da militância no movimento sindical da educação, ela também atuava no movimento contra o capacitismo, onde era uma importante referência.
Foi durante sua presidência no ANDES-SN, entre 20212 e 2014, que o sindicato nacional dos docentes da universidades conduziu uma das maiores greves da história da educação pública, que paralisou as 54 universidades federais e conseguiu uma aliança entre professores universitários, técnicos administrativos em educação, servidores dos Institutos Federais e o movimento estudantil. A greve teve como pauta o reajuste salarial, os 10% do PIB para a educação pública e fim da privatização da educação.
Para Kate Oliveira, ex-diretora da União Nacional dos Estudantes e da UJR, “Marinalva era uma companheira muito inspiradora, combativa e determinada. Nos conhecemos nas lutas da vida, na greve de 2012. Depois construímos alguns Encontros Nacionais de Educação, na época eu era da UNE e ela do ANDES. Mesmo depois de sair da direção destas entidades sempre nos encontramos, nas lutas, em campanhas eleitorais, na UFRJ. A trajetória dela sempre se encontrava com a da nossa militância, da UP, do Correnteza. Era uma mulher inspiradora, que sempre lutou com muita determinação.”
Ela sempre apoiou e foi aliada das lutas dos estudantes. Em cada luta, em cada pauta, sempre pontuava e ensinava a importância de mantermos o princípio da defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. Marinalva foi por muitos anos filiada ao PSOL, mas sempre apoiou candidaturas e a militância de todas as organizações de esquerda, como a Unidade Popular.
Atualmente ela coordenava o Laboratório de Inclusão, Mediação Simbólica e Aprendizagem da UFRJ e também fazia parte do conselho político do mandato do Deputado Federal Glauber Braga (PSOL-RJ).
O Jornal A Verdade, junto com a militância da UP, deixamos nossos sentimentos e nosso abraço aos seus filhos, amigos e demais familiares pela perda de uma companheira que sempre foi uma referência de luta para nós.