Na luta pelo socialismo, a essência da militância revolucionária é forjada na solidariedade e no acolhimento mútuo. É necessário combater o individualismo, estimular debates construtivos e valorizar tanto as conquistas coletivas quanto as individuais. Respeitar a diversidade e praticar o autocuidado são pilares essenciais. A união, o apoio mútuo e a compaixão, direcionados aos outros e a si próprio, moldam uma base sólida para fortalecer a militância.
Jesse Lisboa | Recife – PE
Num mundo regido pela competição, onde até mesmo o acesso à educação é uma batalha de números e classificações, a militância revolucionária se ergue como uma resposta direta a esse espírito de concorrência imposto pelo capitalismo. No entanto, para manter a chama da revolução acesa, é fundamental construir um ambiente de acolhimento e solidariedade dentro e fora dos núcleos.
A coletivização dos problemas enfrentados pelos militantes é um pilar fundamental. O sistema tenta nos dividir, nos fazer crer que nossas lutas são individuais, mas é na coletividade que encontramos força. A união para combater os vícios do individualismo, do aventureirismo e outras armadilhas capitalistas é uma batalha que se inicia dentro dos núcleos. Reconhecer que somos afetados por essas influências e nos unir para combatê-las é parte essencial da militância revolucionária.
Nos espaços de debate, é fundamental fortalecer as críticas de maneira construtiva. Não se trata apenas de apontar erros, mas de apoiar a evolução do trabalho político. É aqui que a dinâmica de acolhimento se destaca: ao invés de julgamentos, oferecemos apoio para crescermos juntos, corrigindo desvios e fortalecendo a moral comunista.
É válido destacar que, além da busca pela conscientização política, os militantes devem se dedicar a criar ambientes de apoio mútuo, onde as dificuldades individuais e coletivas sejam compartilhadas e enfrentadas em conjunto. O compromisso com o fortalecimento da moral comunista deve ser acompanhado por uma abordagem dialética, capaz de compreender as necessidades e limitações dos militantes, reconhecendo que a luta revolucionária exige não apenas determinação política, mas também cuidado com o bem-estar de cada um.
A luta revolucionária é um processo longo, que envolve avanços e recuos. A nossa militância revolucionária deve ser capaz de reconhecer e valorizar os esforços e as contribuições de cada um, celebrando as conquistas coletivas e individuais, e também oferecer apoio e solidariedade nos momentos de dificuldade e frustração. A celebração e a superação são formas de renovar as energias e a esperança, de manter a chama da revolução acesa.
Outro aspecto importante do acolhimento na militância é a valorização da diversidade. A revolução é uma construção coletiva que envolve diferentes pessoas, identidades, culturas e experiências. Reconhecer e respeitar as diferenças é uma forma de fortalecer a unidade dentro dos núcleos. Além disso, a diversidade traz criatividade, novas formas de realizar as atividades políticas cotidianas, com mais êxito e envolvimento dos militantes.
Segundo Tainan Bezerra, psicóloga e militante do Movimento de Mulheres Olga Benário, “da mesma forma que precisamos ter uma postura acolhedora com as pessoas dentro e fora da militância, devemos também nos olhar com acolhimento e compaixão. Entendendo que a forma que nos relacionamos com as outras pessoas passa pelo jeito que nos relacionamos conosco. O quanto temos conhecimento de nós mesmas/os, a ponto de perceber que aspectos da nossa saúde física e psicológica precisam de mais cuidado no dia a dia, e em que momento não precisamos dar conta sozinhas/os/es e devemos buscar ajuda profissional. Para acolher o outro precisamos nos acolher e nos cuidar nesse processo!”.
Portanto, além de promover o acolhimento e a compaixão para com os outros, é fundamental cultivar essa mesma atenção para consigo. Reconhecer nossos limites, entender nossas necessidades físicas e psicológicas e buscar apoio profissional quando necessário são pilares essenciais para manter nossa capacidade de contribuir de maneira eficaz na militância. A prática do autocuidado não apenas fortalece o indivíduo, mas também solidifica a base de apoio mútuo dentro dos núcleos, assim, aumentando nossa resistência coletiva e desenvolvendo cada vez mais a luta pelo socialismo!