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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Rodoviários realizam protesto no Centro do Recife contra casos de violência no trabalho

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Os rodoviários do Região Metropolitana do Recife estão em constante protesto contra a violência, jornadas exaustivas e salários baixos, enfrentando condições precárias. Exigindo melhorias no ambiente de trabalho, como o fim da dupla função e um reajuste salarial significativo. No setor de transporte público, atualmente dominado por empresários, a exploração e alienação dos trabalhadores é um problema causado pelo sistema capitalista, e vem sendo exposto pelo Sindicato dos Rodoviários do Recife.

Jesse Lisboa | Redação PE


BRASIL – Nesta segunda-feira (22), os motoristas de ônibus do Recife realizaram um protesto pela manhã no Centro do Recife. Eles denunciaram casos de violência contra a categoria, como agressões e assaltos constantes, reivindicaram melhores condições de trabalho, como o fim da dupla função e o reajuste salarial. 

Situação de exploração

A situação dos rodoviários do Recife é de extrema precariedade e vulnerabilidade. Enfrentam jornadas exaustivas, enquanto lidam com salários baixos. Além disso, são obrigados a desempenhar a dupla função de motorista e cobrador, aumentando tanto o estresse quanto o risco de acidentes. São alvos constantes de agressões físicas e violência verbal. A falta de garantias em relação à segurança, saúde e assistência social agrava ainda mais a situação. É possível entender que todas essas condições, ao mesmo tempo, motivaram o protesto.

O sistema de transporte público é dominado por um cartel de empresários que obtêm lucros significativos à custa da exploração dos trabalhadores e da precarização do serviço. A organização das tarifas, por sua vez, sobrecarrega os usuários em benefício dos donos das empresas. A regulação desse sistema, conduzida por um governo alinhado aos interesses empresariais, negligencia as necessidades da população. Em resumo, o transporte público emerge como um instrumento de dominação e alienação para a classe trabalhadora.

Qual a alternativa a esse sistema?

Uma perspectiva alternativa ao modelo atual de transporte é não apenas possível, mas também urgente. Esta visão deveria ser fundamentada na gestão democrática, na participação popular e na integração social. A estatização e socialização do transporte público, sob o controle direto dos trabalhadores. Adicionalmente, a implementação do Passe Livre como um direito, assim como já é desenvolvida em cidades como Caucaia (CE) e Maricá (RJ), com 355.679 e 197.277 habitantes, respectivamente.

A implementação do Passe Livre, como já ocorre em algumas cidades brasileiras, é uma medida que amplia o acesso ao transporte, reduz o custo de vida e estimula a mobilidade urbana. Essa perspectiva crítica e alternativa ao modelo atual de transporte implica uma ruptura com a lógica capitalista que subordina o transporte às necessidades do mercado e do lucro. Essa lógica gera exclusão, desigualdade e violência, tanto para os trabalhadores quanto para os usuários do transporte público. A gestão democrática, a participação popular e a integração social são princípios que orientam uma concepção de transporte como um serviço público, um direito social e um bem comum. A estatização e socialização do transporte público, sob o controle direto dos trabalhadores, é uma forma de garantir que o transporte atenda aos interesses da maioria da população, e não de uma minoria privilegiada. 

Acirramento das lutas

A greve dos rodoviários do Recife não foi um fenômeno isolado, mas sim uma manifestação da luta de classes que se desenvolve no capitalismo. Como afirma Lênin, “as greves são um produto inevitável do sistema capitalista de produção” e “são um indicador da luta entre os operários e os patrões, entre o trabalho e o capital”. Portanto, a greve é uma forma de expressar o antagonismo entre os interesses dos trabalhadores e da burguesia, que se apropria da mais-valia gerada pelo trabalho alheio.

No entanto, a greve tem um potencial revolucionário, pois pode servir como um meio de estimular a organização dos trabalhadores em torno do projeto da derrubada do capitalismo e construção do socialismo. Lênin argumenta que “as greves ensinam aos operários a compreender que não há nada de comum entre os seus interesses e os interesses da burguesia” e que “as greves ensinam aos operários a unir-se, a compreender que só unidos poderão tornar-se uma força capaz de combater a velha sociedade baseada na opressão e na exploração”. Assim, a greve pode ser um passo importante para a construção de um movimento operário combativo, que lute pela superação do capitalismo e pela emancipação dos trabalhadores.

A importância da solidariedade e mobilização de toda a classe trabalhadora é crucial para a defesa dos direitos e interesses dos rodoviários nessa luta. A greve é uma forma legítima e essencial de resistência, que representa uma luta contra as injustiças e abusos perpetrados pelos empregadores e pelo Estado. Além de ser um meio de confrontar tais questões, a greve também desempenha um papel significativo na conscientização e organização dos trabalhadores, que se unem em prol de uma causa comum, fortalecendo-se coletivamente e constituindo uma expressão e reivindicação dos trabalhadores, exigindo o reconhecimento e valorização de seu trabalho e dignidade.

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