Com o enredo “A nossa luta continua!”, a Em Cima da Hora celebrou a luta da classe trabalhadora e denunciou a exploração na Passarela do Samba, no segundo dia de desfiles da Série Ouro. A agremiação do bairro de Cavalcanti lembrou momentos importantes da história da luta dos trabalhadores.
Felipe Annunziata | Redação
CULTURA – “Marquei o ponto, mas rasguei minha carteira / Brava gente brasileira é tempo de revolução”, com esse verso a Escola de Samba Em Cima da Hora cantou as lutas e denunciou a exploração dos trabalhadores na Marquês de Sapucaí no segundo dia de desfiles da Série Ouro, o grupo de acesso do carnaval carioca. No carnaval em que se completam os 40 anos da Passarela do Samba, a agremiação de Cavalcanti, na Zona Norte do Rio, lembrou o Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels, a primeira greve geral de 1917 e outros momentos marcantes da luta dos trabalhadores.
Com um samba-enredo que animou a comunidade e as arquibancadas do sambódromo, a escola mostrou também os ataques aos direitos trabalhistas. Em várias alas e alegorias, os componentes traziam fantasias que denunciavam os ataques à CLT e o aumento da exploração com o trabalho informal.
Já no abre-alas a escola trouxe uma alegoria intitulada “Revoluções industriais: o capitalismo x o proletariado”, mostrando como a luta de classes está no dia a dia dos trabalhadores. O direito de greve e o movimento sindical foi exaltado pela escola, bateria veio fantasiada de operários e quando faziam as famosas paradinhas estendiam uma faixa escrito “estamos em greve”.
A escola também lembrou as categorias que trabalham no carnaval carioca. Todos os anos a indústria do carnaval mobiliza milhares de trabalhadores na escolas de samba, desde carnavalescos, costureiras, ferreiros, empurradores, figurinistas, aderecistas e dezenas de outras categorias. Hoje, a maioria destes trabalhadores vivem na informalidade e com garantia de emprego apenas no período de preparação e realização do carnaval.
O desfile da Em Cima da Hora trouxe um enredo em que mostra a realidade que a maioria do nosso povo vive, denunciando a exploração capitalista. O tema da escola entra na avenida em um ano em que muitas escolas trazem denúncias importantes, como o Acadêmicos do Salgueiro, que neste ano denuncia o genocídio do povo Yanomami, e a Paraíso do Tuiuti que trará para a avenida a história de João Cândido e da Revolta da Chibata, ambas escolas do Grupo Especial.
Confira o desfile completo da Em Cima da Hora aqui.