Portugal foi à urnas e extrema-direita teve um crescimento vencendo a social-democracia em vários distritos eleitorais. Resultado das eleições portuguesas reforça a necessidade dos trabalhadores do mundo reforçarem mobilização contra o fascismo.
Daniel Schiavoni | Porto, Portugal
INTERNACIONAL – Portugal foi às urnas no último domingo, dia 10, para eleger o novo parlamento que governará o país. O resultado, no entanto, representa uma derrota amarga para os trabalhadores, especialmente para os imigrantes. O partido de extrema-direita Chega conseguiu o terceiro maior número de cadeiras no parlamento, saltando de 12 para 48 parlamentares eleitos.
O partido que mais encolheu nestas eleições foi o Partido Socialista. A sigla, que governava o país com maioria absoluta no parlamento, foi de 120 para 77 deputados. A direita tradicional do Partido Social Democrata teve ainda um breve crescimento, indo de 75 para 79 cadeiras. Já o Partido Comunista Português perdeu 2 cadeiras e conseguiu eleger 4 deputados, enquanto o Bloco de Esquerda manteve os 5 deputados que havia eleito em 2022.
Como não houve maioria absoluta, o novo governo vai depender e uma aliança para se viabilizar. Especula-se a possibilidade de que a extrema-direita integre a coalização governista. Entretanto, ainda é incerto o cenário, já que a primeira reunião dos novos eleitos para a Assembleia da República só acontece em 2 de Abril.
No sistema parlamentarista português, um partido precisa atingir uma maioria de deputados para poder indicar o primeiro-ministro. Caso essa maioria não aconteça, se convocam novas eleições até que um partido ou aliança de partidos alcance a maioria.
Fascistas portugueses são amigos do corrupto Bolsonaro
Aliado de Bolsonaro, o líder do Chega, André Ventura, é conhecido por suas posições reacionárias contra imigrantes e outras minorias, contra o direito dos trabalhadores, contra os direitos humanos, por defender uma pauta reacionária e uma politica econômica em favor dos interesses dos banqueiros e do grande capital.
Em 2020, o fascista chegou a dizer para que Joacine Moreira, parlamentar nascida na Guiné-Bissau, “voltasse para sua terra”. Além disso, o Chega possui em suas fileiras pessoas como Diego Pacheco Amorim, antigo membro de uma organização de extrema-direita responsável por ataques terroristas nos anos 1970.
Organizar imigrantes e o povo português contra o fascismo
Em meio a um cenário eleitoral negativo, as forças populares de Portugal se preparam para enfrentar com ainda mais força os problemas que já assolam o país: a alta do custo de vida, a falta de moradia, os altos índices de violência doméstica e crescimento dos casos de racismo e xenofobia.
O Núcleo Internacional da Unidade Popular e suas sessões em Portugal mais do que nunca, ressaltam a importância da organização da classe trabalhadora onde quer que se esteja, somando forças com os coletivos e partidos que lutam pela construção do poder popular e pela derrubada do fascismo.