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sábado, 27 de julho de 2024

Falta de energia na Ilha do Governador (RJ) revela descaso das privatizações

Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de Janeiro, ficou por mais 3 dias sem energia. A situação é fruto do sucateamento do serviço da empresa privada Light na cidade.

Igor Marques | Redação RJ


BRASIL – Moradores da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de Janeiro, ficaram sem energia elétrica durante todo o último final de semana. A falta de energia durou cerca de 4 dias, entre quinta-feira e domingo e afetou cerca de 200 mil pessoas.

A falta de energia afetou áreas como Bancários, Barão, Cocotá, Dendê, Freguesia, Praia da Bandeira, Tauá e Tijolinho, além da Ilha de Paquetá. Diversos serviços públicos, como postos de saúde, foram afetados e precisaram do fornecimento de geradores pela prefeitura.

De acordo com a Light, empresa privada que possui a concessão do fornecimento de energia na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a falha no serviço teria sido causada pelo rompimento de um cabo na rede subterrânea de alta tensão, sendo necessária uma parada temporária no fornecimento para realização de reparos.

A recorrência dessa situação revela o sucateamento do serviço de energia na cidade, fruto de anos de falat de investimentos pela empresa responsável pelo serviço.

Privatização da Light: ataque ao povo fluminense

A Light foi uma das primeiras fornecedoras de energia elétrica da cidade do Rio de Janeiro. Embora tenha sido fundada pelos monopólios estrangeiros para exploração do mercado de bondes e de energia no Brasil, a empresa foi estatizada na década de 1970.

A empresa não duraria muito enquanto estatal. Na década de 1990, durante os governos neoliberais de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, diferentes partes da empresa seriam privatizadas. Inclusive, importante percentual seria vendido para uma empresa estatal francesa do setor de energia.

Hoje, a Light é propriedade de fundos da Faria Lima, como o WNT, que sofre com processos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Samambaia, de propriedade do ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ), e do banco espanhol Santander.

A empresa atende mais de 11 milhões de pessoas em 31 municípios do estado do Rio de Janeiro, oferecendo um serviço de falhas constantes e tarifas caras. Por exemplo, no início do ano de 2024, a Ilha do Governador ficou sem o fornecimento de energia elétrica por diversos dias, também por questões relacionadas ao rompimento de cabos.

A realidade é que, em nome do lucro de banqueiros estrangeiros e de milionários da Faria Lima, a Light oferece péssimo serviço à população fluminense, que frequentemente se vê sem o fornecimento de energia e com cobranças abusivas nas contas de luz.

Contra as privatizações e pela estatização dos serviços públicos

Como apontado no editorial da edição n° 294 do Jornal A Verdade, as privatizações são um fenômeno típico do sistema capitalista e da busca dos ricos pelo aumento de seus lucros.

Nos últimos meses, diversas lutas em defesa do serviço público foram travadas em todo o Brasil, por exemplo na luta contra a privatização da Sabesp, do sistema de metrô de Belo Horizonte (MG) e das escolas estaduais do Paraná. Além disso no Rio de Janeiro também ocorreu grande mobilização popular contra a privatização da Cedae, companhia de água e esgoto privatizada em 2021.

A situação da falta de energia na Ilha do Governador motivou que a prefeitura de Eduardo Paes – a mesma que defende a privatização de parques públicos e postos de saúde – pedisse ajuda ao Ministério de Minas e Energia. Ora, com a falta de ação da empresa privada, o povo pagará pelos prejuízos.

A reestatização dos serviços públicos e de todas as empresas privatizadas é uma luta fundamental para a cidade do Rio de Janeiro e para todo o país. É preciso construir ampla luta popular pela estatização da Light, e para que toda a população carioca tenha pleno acesso a esse serviço básico, que é o fornecimento de luz.

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