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quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Lutar contra o genocídio do povo palestino é um dever revolucionário

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Exposição realizada pelo Partido Comunista Revolucionário (PCR) no 29º Seminário Problemas da Revolução na América Latina, realizado em Quito, nos dias 31 de julho, 01 e 02 de agosto. O evento, organizado pelo Partido Comunista Marxista-Leninista do Equador (PCMLE) e pela Juventude Revolucionária do Equador (JRE), contou com a presença de dezenas de organizações revolucionárias da América Latina e de outras regiões do mundo.

Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário (PCR)


INTERNACIONAL – O grande revolucionário Ernesto Che Guevara, certa vez, afirmou que um revolucionário deve “tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo”. Temos convicção que uma das maiores injustiças que acontecem hoje no mundo é o genocídio do povo palestino pelo Estado nazista de Israel, incentivado e financiado pelo imperialismo norte-americano.

Até o final de julho, mais de 60 mil palestinos foram assassinados pelo Exército terrorista de Israel e, de acordo com a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), desde 2023, mais de 50 mil crianças foram feridas ou mortas pelos bombardeios israelenses.

Em 10 de julho, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários nos Territórios Ocupados (OCHA-OPT) denunciou que 92% das moradias de Gaza foram destruídas, um milhão de palestinos não têm onde se abrigar e crianças continuam a morrer de fome ou sendo alvejadas pelas balas e mísseis disparados por Israel. Dos 36 hospitais, restam 17 funcionando precariamente e 1.600 trabalhadores de saúde foram assassinados nos últimos 21 meses.

Não bastasse, caminhões com água e comida são impedidos de ingressar no território palestino com o claro objetivo de matar o povo de fome. Mais grave: os centros de distribuição de alimentos foram transformados em armadilhas para matar crianças e mulheres. De acordo com o escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), são frequentes os bombardeios do Exército de Israel nos postos de coleta e distribuição de alimentos.

Com efeito, desde que a Fundação Humanitária de Gaza (FHG), sistema de distribuição de ajuda apoiado por Israel e Estados Unidos, começou a operar, em maio, centenas de palestinos foram assassinados nos  postos de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Até o dia 20 de julho, segundo a ONU, pelo menos 875 assassinatos aconteceram nos arredores dos pontos de ajuda em Gaza – a maioria deles perto de locais de distribuição da FHG.

Essa carnificina promovida por Israel e pelos EUA conta com a cumplicidade da União Europeia, a conivência da Rússia e da China e é defendida pelos meios de comunicação de Israel com as mesmas palavras que Hitler usou para defender e justificar seus crimes. Vejam o que declarou um dos grandes produtores da televisão israelense, o senhor Elad Barashi. no dia 05 de maio de 2025: “Não consigo entender as pessoas aqui em Israel que não querem encher Gaza com chuveiros de gás ou vagões de trem, e acabar com essa história! Que haja um Holocausto em Gaza”.

Não se trata de um ódio aos palestinos, de xenofobia ou de um chauvinismo reacionário. O objetivo dessa carnificina em Gaza é tomar posse do território palestino e de suas riquezas, anexá-lo para formar o Grande Estado de Israel e, como provam os covardes ataques ao Irã, assumir o total controle do Oriente Médio, uma das regiões mais ricas em petróleo do mundo e estratégica do ponto de vista econômico e militar, principalmente diante da iminência de uma nova guerra mundial.

Ademais, a palestina é uma nação rica. Sua terra é fértil e é responsável pela produção de parte dos alimentos consumidos pela população de Israel. Estudos realizados pela ONU concluíram existir petróleo e gás natural na Faixa de Gaza que, explorados, poderiam significar cerca de US$ 524 bilhões.

Além de se apropriar do território palestino, de suas riquezas e transformar os palestinos em escravos do Estado de Israel, há também o objetivo do bilionário Donald Trump de aumentar os negócios de sua família. No dia 04 de fevereiro de 2025, o fascista Donald Trump publicou um vídeo em sua rede digital intitulado “Riviera do Oriente Médio” e um texto defendendo o deslocamento do povo palestino para outros países (Egito, Jordânia e Síria) e a construção de um Resort na Faixa de Gaza. Nas imagens publicadas pelo fascista Trump, há prédios altos, praias tomadas de cadeiras, iates ancorados e a legenda “Gaza 2025”.

Esse é o plano da geopolítica dos EUA e de Israel para Gaza e para o Oriente Médio: construir campos de concentração, assassinar crianças, destruir hospitais e escolas, construir resorts e assumir total e completo controle sobre a Palestina e os países que se recusarem a ser fantoches do decadente império capitalista.

A covarde agressão ao Irã, além de fazer parte dessa criminosa estratégia, visa a enfraquecer um governo aliado do povo palestino. Lembremos que, para invadir o Iraque e massacrar seu povo, os EUA espalharam a mentira de que o país possuía armas químicas de destruição em massa. Agora, os Estados Unidos, país que, sozinho, possui mais de 5.000 armas nucleares espalhados pelo mundo, diz agir para aniquilar a possibilidade de o Irã produzir alguma arma nuclear.

Mas o povo palestino luta há décadas pelo seu país e nunca renunciou ao seu direito de ter sua pátria. Pelo contrário, o heroísmo e a luta do povo palestino são exemplos para todos os povos do mundo que lutam para alcançar a verdadeira independência. Sem dúvida, mais de 40 mil guerrilheiros palestinos seguem combatendo o inimigo e mantêm dezenas de reféns distantes da CIA e do autoproclamado infalível Mossad.

Para deter esse genocídio, é fundamental promover uma solidariedade concreta e efetiva ao povo palestino em todos os países, intensificando as manifestações e atos de solidariedade e exigindo dos governos o rompimento das relações comerciais com o Estado fascista de Israel.

Milhões de pessoas, em todos os cantos do mundo, já se manifestaram das mais diferentes formas contra o massacre americano-israelense ao povo palestino, ocupando universidades, como fez a juventude nos EUA, realizando passeatas no Canadá, EUA e em diversos países da Ásia e da Europa.

No Brasil, 35 mil pessoas se manifestaram nas ruas de São Paulo contra o genocídio e diversas outras cidades do país se posicionaram no mesmo sentido. O PCR participa de todos esses atos e realiza pichações em muros, comícios relâmpagos, agitações de rua com o jornal A Verdade. Já realizamos atos e vigílias e lançamos panfletos todos os meses, além de um dia nacional de luta contra o genocídio em frente aos Consulados e à Embaixada dos EUA.

Em todo o mundo, multiplicam-se as manifestações de artistas e intelectuais contra o genocídio. Cerca de 1.300 acadêmicos de Israel denunciaram em carta o “sadismo e o colapso moral” do Estado de Israel. Mais de 300 escritores franceses, incluindo dois prêmios Nobel, exigiram sanções da União Europeia a Israel. Em Haia, mais de 100 mil pessoas marcharam em defesa do povo palestino. A continuidade da pressão popular é fundamental para o fim do genocídio e estabelecimento de um Estado Palestino.

Diante desses sucessivos crimes em Gaza, todo governo que mantiver relações comerciais com o Estado Israel está sendo cúmplice do assassinato das crianças palestinas. Por isso, desenvolvemos em nosso país uma ampla campanha exigindo o imediato rompimento das relações comerciais do Brasil com o Estado de Israel, pois, embora o presidente Lula condene publicamente o genocídio em Gaza, as exportações de petróleo do Brasil para Israel cresceram 309% e o país continua comprando armas do Estado de Israel. A China, a segunda potência imperialista do mundo, foi a maior exportadora de produtos para Israel em 2024, com um comércio de US$ 19 bilhões, duas vezes superior aos EUA, principal aliado israelense. Os chineses mandam, entre outros produtos, metais utilizados na produção de equipamentos militares.

Derrotar as guerras imperialistas e lutar pelo socialismo 

Além do genocídio do povo palestino, prossegue o massacre do povo ucraniano pela Rússia, pela Otan e pelos Estados Unidos; o Irã é covardemente bombardeado por Israel e pelos EUA e os países africanos continuam sendo vítimas de todo tipo de violência dos países imperialistas.

Não bastassem as bombas e mísseis jogados sob nações e povos, o imperialismo norte-americano promove uma guerra comercial que atinge os interesses de 180 países e busca, de forma desesperada, conter a bancarrota da outrora poderosa economia norte-americana.

A verdade é que todos esses acontecimentos são expressão do aprofundamento da crise mundial da economia capitalista e do aprofundamento das contradições interimperialistas, e da necessidade dos monopólios e da oligarquia financeira de se apoderarem de novos mercados e fontes de matérias-primas.

Por isso, não é possível barrar a violência e as guerras imperialistas sem pôr fim ao odioso sistema capitalista. Mais do que em qualquer outro momento da história da humanidade, os revolucionários devem dedicar suas energias para apoiar a luta do povo palestino, mas também fortalecer o Partido revolucionário em seu país, desenvolver um vigoroso trabalho entre as massas exploradas e oprimidas.

Denunciar os crimes da burguesia mundial e levantar a bandeira da revolução e do socialismo são tarefas centrais dos verdadeiros revolucionários no mundo atual.

Matéria publicada na edição impressa  nº319 do jornal A Verdade

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