A mando do governador fascista Cláudio Castro (PL), polícias do Rio conduzem o massacre da Penha, maior chacina realizada por uma operação da história do país. Ao menos 120 mortos durante operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio.
Arthur Medeiros e Lunna Normande | Rio de Janeiro
BRASIL – Ontem (28/10) e hoje (29/10), o povo do Rio de Janeiro foram surpreendidos com a dita “megaoperação” policial militar do governo do fascista Cláudio Castro (PL-RJ). A operação ocorreu no início da manhã nos complexos da Penha e Alemão, onde vivem mais de 100 mil trabalhadores, supostamente com o intuito de prender chefes do Comando Vermelho.
Na maior chacina cometido pela polícia na história do país, foram ao menos 132 pessoas mortas, muitas delas com sinais claros de execução sumária ou de que estavam rendidas. Pelo menos 74 corpos foram recuperados pelos próprios moradores nas ruas e e na mata que circundam os bairros. Além destas pessoas, outras dezenas ficaram feridas, incluindo um moto-taxista, uma mulher que estava na academia e uma pessoa em situação de rua. Isso é, na prática, a continuação de uma política de extermínio contra nossa população periférica que vive em clima de guerra.
“Eu não dormi, eu tô acordada até agora porque os corpos estão sendo deixados aqui na praça perto de casa. E não para de chegar, não para de chegar, gente morta e os familiares gritando, gritando quando reconhece a pessoa e os corpos. Eles torturaram os corpos dos meninos que estavam na mata. Gente faltando um pedaço da cabeça, faltando metade do rosto, com dedo quebrado. a perna pendurada e eles torturaram muito os meninos que estavam na mata.”, afirmou uma moradora do Complexo da Penha.
Diferente do que a grande mídia burguesa e o estado colocam como uma operação vitoriosa com a apreensão de cerca de 100 fuzis, 81 presos e a morte de mais de uma centena de pessoas, o que os moradores encaram essa operação é mais uma chacina contra o povo trabalhador.
Enquanto isso, a população estava presa, com medo e sem saber o que fazer, no transporte coletivo assistindo vídeos, fotos e relatos da “megaoperação”. Durante a operação todas a universidades fecharam, o comércio de pelo menos 20 bairros foi paralisado, 200 linhas de ônibus afetadas, duas vias expressas e uma BR fechadas, e postos de saúde em várias partes da cidade não puderam atender pacientes.
Como forma de justificar isso, a estrutura da Polícia Militar reforça esquematicamente o pensamento de que “bandido bom é bandido morto”, enquanto os maiores criminosos da nossa Pátria são justamente os comandantes das corporações militares e seus apoiadores econômicos. Enquanto o fascista Cláudio Castro e seus milicos comemoram a morte de inocentes, a periferia amarga mais uma vez a morte de seus filhos que sequer tem acesso à uma educação, saúde e saneamento básico.
A proposta Governador Cláudio Castro é intensificar a política de morte da nossa população, promovendo a dita “megaoperação” que acabaria com as organizações criminosas. Porém, o que vemos na prática é mais dor, luto e sofrimento daqueles que sequer tem acesso a moradia digna.
Genocídio nas favelas
O genocídio dentro das favelas do rio de janeiro já não é novidade a toda população, ano após ano políticos se elegem no estado do rio com o discurso de que o estado precisa acabar com o crime organizado e que apenas o investimento na polícia poderá trazer a tão sonhada segurança para toda popular, mas que na pratica esse argumento não se sustenta.
Nos últimos 5 anos (2020-2025), 6.024 pessoas foram mortas por intervenção policial militar no Estado do Rio de Janeiro – dados do Instituto de Segurança Pública do RJ. Dentre esses, diversas crianças vítimas das tais balas perdidas que ceifam nossa juventude negra e periférica, é o caso do Kauã Vítor Nunes Rozário, 11 anos, Kauê Ribeiro, 12 anos, Ágatha Félix, 8 anos, João Pedro Matos Pinto, 14 anos.
Esse resultado não é um erro da política pública, pelo contrário, é o sucesso de um projeto político que prevê a morte da população negra e trabalhadora como solução da crise na segurança pública. Prova disso é a fala do prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), após a operação “O Rio não pode ficar refém de grupos criminosos”, ignorando as dezenas de mortos e dizendo que a cidade não pode parar.
Há pelo menos 40 anos o Rio de Janeiro é assolado com milhares de operações policiais, ao todo do inicio de 2007 até agosto de 2024 foram mais de 22.000 operações policiais apenas no Rio de Janeiro, segundo a pesquisa “Novos Ilegalismos” da UFF, e de todas as pessoas mortas nessas operações cerca de 84% são pretas.
Mas lembremos que as maiores apreensões de fuzis da história do Rio foram no Méier (117 fuzis na casa de um amigo do Ronnie Lessa), em uma loja em Nova Iguaçu (68 fuzis e 12 revólveres), no Galeão (60 fuzis vindas dos EUA). E a maior operação contra o crime organizado no país foi na Faria Lima, centro financeiro da burguesia brasileira. Nenhuma delas em favela. Nenhuma delas disparou um tiro, Mas a favela é sempre tratada como território inimigo.
Segundo uma moradora da do complexo do alemão, “às 4 da manhã já se escutava os tiros, pareciam intermináveis, eles atiravam tanto até derrubar paredes, os moradores começaram a gritar que só tinha inocente e eles riam da gente, o meu quintal está ensanguentado e eu nem sei de quem é, algumas pessoas decidiram fazer uma passeata quando amanheceu o dia mesmo no meio dos tiros porque já tinham certeza que iam morrer mesmo e os vídeos estão ai que não deixa nenhum morador mentir”
Para o governador a operação está sendo um sucesso pois cumpre o seu objetivo, matar o povo trabalhador e sercear todos os dinheiros da população daquela cidade enquanto a burguesia lucra com cada morte, o único esquecimento deles é que o povo se revolta e se organiza, a construção de uma nova sociedade está mais perto do que nunca e que apenas quando o povo for poder que poderemos ter uma política de segurança pública que pense a vida e não a morte.
Esta chacina de ontem, parece a pré campanha dos militares para 2026 e de quebra desviar a atenção publica para tentar passar a Reforma Administrativa! Os militares já devem ter escolhido o candidato, semelhante ao que fizeram em 2017, que acabou vialbilizando a eleição de Bolsonaro!
É muito revoltante como todas as operações que tiveram resultado um grande volume de apreensão de armamentos e localização de atividades ilícitas não tiveram nem um dos sinais de truculência, tortura e violência que temos nas nossas periferias.
E mais uma vez o crime segue invicto nessa guerra que passamos sendo submetidos a um Estado criminosos e ao crime organizado.