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terça-feira, 11 de novembro de 2025

Seminário de movimentos populares questiona governos capitalistas durante a COP30

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Num contraponto aos discursos dos governos capitalistas na COP30 , Belém do Pará recebeu o seminário “O que a COP não fala? Das margens da Amazônia às periferias do mundo” para questionar os ataques do capitalismo ao meio ambiente.

Ronni Souza | Redação Pará


BRASIL – Nesta segunda (10/11), ocorreu o seminário “O que a COP não fala? Das margens da Amazônia às periferias do mundo”, no Centro de Memória da Amazônia, em Belém do Pará. O evento teve como principal objetivo debater sobre a emergência climática e as lutas dos povos desde a Amazônia até os povos em luta no mundo inteiro.

O seminário ofereceu um contraponto às discussões da COP30 que invisibilizam os desafios e as verdadeiras soluções que vêm das comunidades da Amazônia e de periferias de todo o mundo. A militância da UP e dos movimentos sociais ligados ao partido estiveram em peso na atividade.

Também, o evento contou com a participação de vários movimentos sociais, populares, sindicatos, coletivos de juventude, grupos de pesquisa universitários, associações de povos indígenas e representantes do povo palestino reunidos em três mesas que trouxeram profundas reflexões sobre a conjuntura dos povos e da classe trabalhadora em contexto de crise climática e econômica.

Leonardo Péricles, presidente nacional da Unidade Popular, compôs a mesa de abertura e fez uma impactante saudação inicial. Em sua intervenção denunciou que o aço que sai do Brasil é comprado pelo governo fascista de Israel e transformado em armas que assassinam em massa o povo palestino e são comprados por governos para armar a polícia que massacra o nosso povo.

O presidente da UP também ressaltou o debate sobre a defesa do meio ambiente. “É impossível não falar das corporações, dos grandes monopólios e governos capitalistas que são os verdadeiros responsáveis pela destruição da natureza e por colocar em risco toda a humanidade. Essas corporações e empresas que hoje enganam o nosso povo patrocinando a COP30 – como é o caso da Vale, Hydro e JBS.”, afirmou.

Racismo ambiental e Direito à Cidade

Gian Victor, da Coordenação Estadual do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) no Pará, compôs a mesa “E agora, vou morar onde?”, onde fez uma análise histórica da perspectiva do povo negro e trabalhador no Brasil, mostrando a raiz econômica e escravocrata que historicamente jogou o nosso povo para periferia e negou o direito à cidade e consequentemente de vários outros direitos. 

Segundo ele, “na medida em que o povo negro e pobre se encontra nessa situação, é também o principal setor afetado pelas crises climática e ecológicas. É quem verdadeiramente sofre com enchentes, secas, calor extremo e doenças, basta ver a construção da estação de tratamento de esgoto na Vila da Barca [uma das maiores favelas de Belém] que não serve para atender os moradores da região e sim para receber o esgoto das áreas nobres. Um verdadeiro esgoto a céu aberto!”

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