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quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Polícia invade sede da UP e persegue militantes em Santa Catarina

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Em mais uma tentativa de criminalizar movimentos sociais e partidos de esquerda em SC, a polícia comandada pelo governador fascista Jorginho Mello invadiu a sede do partido Unidade Popular e casa de militantes do MLB em Florianópolis.

Redação


BRASIL – Forças repressivas do Estado de Santa Catarina, sob comando do governador fascista Jorginho Mello (PL), arrombaram a sede do partido Unidade Popular (UP), em Florianópolis, na manhã desta quinta-feira (27). Também efetuaram abordagens nas casas de militantes do Movimento de Luta nos Bairros (MLB), na capital e no interior (Itajaí e Navegantes).

“Quebraram a porta da sede do partido e saíram levando computadores, materiais, cadernos e celulares. Quando invadiram, a gente não estava lá”, relata a presidente da UP em Santa Catarina, Júlia Andrade. “Se eles quisessem fazer uma busca, nós temos a chave. Não precisava dessa truculência toda. Não recebemos intimação, nada. O documento que apresentaram na portaria do prédia fala em busca na sede do MLB”, conclui.

Imediatamente, o partido convocou uma plenária de solidariedade para o local que foi invadido. Comparecerem dezenas de militantes da UP e de outros partidos de esquerda e movimentos sociais, que debaterem essa ação de perseguição e convocaram um ato unitário para esta sexta-feira, dia 28, às 11h00, em frente à Catedral, em Florianópolis. Também foram convocados atos em outras cidades. Ver cronograma completo no final da matéria.

Em nota enviada à imprensa, a PMSC afirmou que a invasão foi justificada pela participação de militantes do MLB e da UP em atos contra a escala 6×1 num shopping, em abril, contra a fome em um supermercado, em maio e a ocupação de um prédio abandonado por famílias sem teto. Além disso, a PM acusa os militantes e terem tentado impedir um evento na Univali que contava com a presença de deputados e outras autoridades fascistas reconhecidas por perseguirem militantes de esquerda pelo país.

“Trata-se da tentativa de criminalizar a luta social, especialmente porque também invadiram casas de militantes do MLB, um movimento com mais de duas décadas de ação e luta por moradia. Quando fazem isso, na verdade, estão protegendo a grande especulação imobiliária, aqueles que faturam em cima do preço absurdo dos aluguéis, da especulação. É essa inversão de valores que o fascismo promove: tenta inverter a realidade, criminalizando movimentos sociais e partidos que estão, de fato, junto à classe trabalhadora”, completou Júlia.

“É uma ação absurda, de caráter fascista, autoritária e injustificável. Policiais invadirem a sede de um partido devidamente constituído nesse país. Isso é ação típica de Estado de exceção, de ditadura”, reforço Leonardo Péricles, presidente nacional da UP.

Vale salientar que, até o momento, o partido Unidade Popular não recebeu nenhuma informação oficial sobre a operação truculenta e não teve acesso ao inquérito ou aos mandados judiciais em que o partido supostamente é citado.

Entrada da sede do partido Unidade Popular arrombada pela polícia nesta quinta (27/11). Foto: UP-SC

Governador rico e fascista

As ações das polícias ocorrem 20 dias após a veiculação de um vídeo em que, portando um pedaço de madeira, o governador Jorginho Mello atenta contra o Plano Nacional de Proteção a Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, instituído pelo Governo Federal.

Entre os movimentos citados na nota da Polícia está um protesto que ocorreu na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em que estudantes contestaram a presença de Nikolas Ferreira em um espaço de produção do conhecimento.

O governador Jorginho Mello também estava presente na ocasião. Segundo apuração do portal ICL Notícias, a Univali é a instituição de ensino particular que mais recebe recursos públicos do caixa estadual e tem o filho do governador, Bruno Mello, como um dos seus professores. Só neste ano, já são R$ 136 milhões de verba pública destinados pela Secretaria Estadual de Educação.

Atos contra a criminalização daqueles que lutam

  • Florianópolis: 28/11, 11h00, Catedral, Praça XV
  • Chapeçó: 29/11, 14h00, Praça Central
  • Joinville: 27/11, 18h30, Praça da Bandeira
  • Tubarão: 27/11, 19h30, Praça do Avião
  • Criciúma: 29/11, 15h30, Parque da Prefeitura

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