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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Quem matou Marielle e Anderson?

Na noite desta quarta-feira (14/03), a vereadora do PSOL Marielle Franco e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, foram brutalmente assassinados no Centro do Rio de Janeiro. A parlamentar voltava de um debate sobre jovens negras quando seu carro foi metralhado pelos assassinos, que fugiram em seguida. Marielle e Anderson foram executados.

“Todas as características são de execução. A gente quer isso apurado o mais rápido possível. Não havia qualquer ameaça sobre ela, mas as características do assassinato são características muito evidentes de execução”, afirmou o deputado Marcelo Freixo (PSOL), com quem Marielle trabalhou por mais de dez anos. “Isso é completamente inadmissível. Uma pessoa cheia de vida, cheia de gás, uma pessoa fundamental para o Rio de Janeiro brutalmente assassinada”, lamentou.

Vereadora militante

Marielle era uma das vereadoras mais ativas na defesa dos direitos humanos e na luta contra a violência que atinge os moradores das favelas cariocas. Dias antes, ela havia denunciado que policiais do 41º Batalhão da PM estariam aterrorizando moradores da favela do Acari, na Zona Norte. “Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, disse Marielle no último sábado em sua página no Facebook.

Pela coragem com que Marielle enfrentava aqueles que acham que “bandido bom é bandido morto” e por sua luta em defesa da paz nas favelas é que ela e Anderson foram mortos. Foram mortos pela crescente criminalização dos movimentos populares. Mortos pelo discurso de ódio que considera todo e qualquer morador de favela um criminoso. Mortos pelos que tentam a todo custo calar a voz dos mais pobres. Mortos pela impunidade herdada da Ditadura Militar. Mortos pelo avanço do fascismo.

Sua execução na noite de ontem é uma agressão direta a todos que lutam pelo fim da violência policial contra a população negra e periférica e por uma sociedade justa e igualitária. Por isso mesmo não podemos nos calar diante desse crime, nem arrefecer a luta pela qual Marielle deu sua vida. Que os responsáveis e mandantes de sua morte sejam identificados e punidos imediatamente!

Quem foi Marielle

Marielle nasceu no Complexo de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. Era socióloga e foi eleita vereadora na última eleição. Foi coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e também trabalhou em organizações não-governamentais como a Brazil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (CEASM). Atualmente, era presidente da comissão legislativa que apuraria as ações da intervenção militar no Rio de Janeiro.

Marielle deixa um legado de coragem e firmeza na luta pelos direitos do povo pobre, contra a violência policial e por uma sociedade mais justa. Marielle vive!

Redação Rio 

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