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sábado, 9 de novembro de 2024

Trabalhadores reivindicam divisão de lucros da Petrobras

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Em 2010, a Petrobras teve um lucro recorde de R$ 35,2 bilhões, 19,5% maior do que o alcançado em 2009. No entanto, a PLR (isto é, a participação nos lucros e resultados) proposta pela companhia, a ser dividida entre os mais de 70 mil petroleiros, não foi recorde: chegou apenas a 14% do montante distribuído aos acionistas. Além disso, esta quantia não é distribuída de forma homogênea, e o trabalhador de nível mais baixo é o que menos recebe, enquanto somente sete diretores da empresa receberam R$ 2,801 bilhões e os acionistas, R$ 11,718 bilhões. Cabe ressaltar que, entre os acionistas estão Rockefeller, Eike Batista e Jorge Gerdau, entre outros. Para piorar, o governo federal detém apenas 40% de participação do total do lucro destinado aos acionistas.

A proposta do Sindipetro-RJ e dos demais sindicatos é que seja pago aos trabalhadores 25% do que é distribuído aos acionistas, o que daria cerca de R$ 43 mil para cada petroleiro, já que fomos nós, os petroleiros, com o nosso trabalho, os responsáveis pelo lucro recorde que a empresa atingiu. Além disso, houve um crescimento da PLR, em relação a de 2009, de apenas 12,44% para a categoria, enquanto, para os acionistas, a PLR cresceu 40,42% e, para os diretores da empresa, 55,44%.

Para garantir a reivindicação, a categoria, em assembleias convocadas pelos Sindipetros de todo o país, deliberou ir à luta, realizando atrasos nos turnos e expedientes, a não emissão de permissões de trabalho (PTs) nas áreas operacionais – plataformas, refinarias e terminais de oleoduto e gasoduto – e até paralisações em algumas refinarias (Reduc) e terminais (TABG- Ilha do Governador).

Vergonhosamente, a gerência executiva de Recursos Humanos da quarta maior empresa de energia do mundo manteve-se intransigente, concedendo apenas R$ 1 mil a mais em relação à proposta anterior. Essa postura da empresa coloca a necessidade de os petroleiros lutarem pela incorporação dos lucros ao salário, a exemplo dos companheiros bombeiros, pois a PLR é uma forma de precarização do trabalho, visto que não é descontada para o fundo de previdência.

Os trabalhadores da refinaria de Duque de Caxias-RJ, a Reduc, entraram em greve e esperam que isso venha temperar a categoria não apenas para exigir mais ganhos, mas também para realizar greves a fim de conquistarmos, com o apoio do restante do povo, uma Petrobras 100% estatal e pública. Esta luta educará os trabalhadores no combate pela conquista do socialismo, pois só por meio dele garantiremos que a riqueza gerada pela Petrobras seja usada não apenas para a melhoria de nossas condições de vida e trabalho, mas em proveito de todo o povo brasileiro. Não podemos esquecer que foi a luta do povo que criou, na década de 50, a Petrobras.

Dieguito Silva, petroleiro no Rio de Janeiro

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