Após três dias de mobilizações intensas nas garagens de Belo Horizonte e Região Metropolitana, os rodoviários realizaram no dia de ontem uma assembléia para debater a última proposta da mesa de negociação. Em reunião no Tribunal Regional do Trabalho o desembargador Marcus Moura Ferreira propôs aos patrões e ao sindicato um acordo de 9%. A reivindicação dos trabalhadores já havia reduzido de 49% para 20%, e os patrões insistem em dizer que só podem dar 6%, o que só repara o INPC (Índice Nacional de Produto ao Consumidor), sem nenhum ganho real. A proposta não agradou a nenhuma das partes, mas segundo o Sindicato dos Trabalhadores, os patrões saíram muito insatisfeitos da mesa de negociação.
A assembleia contou com a presença de mais de 200 trabalhadores num clima que só a luta e uma greve combativa dá aos trabalhadores, orgulho e união da classe trabalhadora.
O presidente do sindicato dos trabalhadores, Ronaldo Batista, colocou a proposta na mesa. Os rodoviários que intervieram relataram as pressões que sofreram para fazer a greve, como policiais disfarçados e armados dentro das garagens e circulando dentro dos ônibus, uma média de quatro viaturas da policia militar em todas as garagens, e os patrões, com os seus capangas, na porta das garagens desde às 5hs da manhã, mandando os trabalhadores pegarem serviço. Mesmo com tudo isso algumas estações pararam em 100% nos três dias de greve.
A grande maioria da assembleia decidiu por aceitar a proposta de 9%, o maior índice que conquistaram na mesa de negociação. Os trabalhadores rodoviários decidiram também continuar o estado de greve até os patrões assinarem o acordo.
Hoje à tarde acontecerá mais uma reunião entre trabalhadores e patrões. Se a patronal aceitar os 9%, o serviço rodoviário de Belo Horizonte e Região Metropolitana se regularizará hoje mesmo.
Movimento Luta de Classes – MG