No dia 8 de setembro, 300 pessoas participaram de um importante ato, em São Paulo, pela punição dos torturadores e assassinos da Ditadura Militar e em homenagem aos militantes do Partido Comunista Revolucionário assassinados no período. Setembro foi escolhido por ser o mês do assassinato de dois dos mais importantes fundadores do PCR, Manoel Lisboa de Moura e Emmanuel Bezerra dos Santos, mortos em 1973.
Participaram como debatedores os companheiros Ivan Seixas, coordenador do Núcleo de Memória Política e membro da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva de SP; Rafael Martinelli, presidente do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos de SP e fundador da ALN; Amelinha Teles da Comissão dos Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e também integrante da Comissão Estadual da Verdade de SP; e de Luiz Falcão, diretor de redação do jornal A Verdade e membro do Comitê Central do PCR. Todas as falas foram cheias de energia revolucionária e transmitiram grande força e emoção aos presentes.
Estavam presentes dezenas de militantes da União da Juventude Rebelião (UJR) e do PCR dos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e entidades dos movimentos populares, sindicais e estudantis, com destaque para UNE, Ubes, Fenet, MLB, MLC, Movimento Olga Benário e dezenas de Centros Acadêmicos, DCEs, grêmios, associações de moradores e sindicatos.
Amelinha Teles ressaltou a luta travada pelos familiares desde a década de 1980 para que os corpos dos militantes desaparecidos fossem identificados e entregues a seus familiares. Ivan Seixas declarou que “é fundamental que o PCR assuma a tarefa de punir os assassinos e torturadores de Manoel Lisboa e dos demais companheiros do PCR. Nós não queremos torturar como eles fizeram conosco, queremos apenas que seja feita justiça, que eles sejam condenados e punidos. Querer justiça não é revanchismo”.
Rafael Martinelli falou sobre a traição de classe ocorrida com o revisionismo soviético e que é necessário construir um partido verdadeiramente revolucionário. “Neste sentido, acredito que o PCR está no caminho correto, fico emocionado quando vejo tantos jovens, gente dos bairros, sindicalistas, estudantes de vários cantos e todos com o mesmo propósito”.
Outro momento de grande emoção foi o relato de Luiz Falcão sobre os sofrimentos e torturas sofridos pelos camaradas Manoel Lisboa, Amaro Luiz de Carvalho, Emmanuel Bezerra, Amaro Félix e Manoel Aleixo, onde ressaltou que eles deram suas vidas para acabar com a miséria do povo e pela construção do socialismo.
“Neste momento, em que o capitalismo atravessa sua maior crise desde a crise de 1929, que promove guerras, massacra povos como fez no Iraque, no Afeganistão, na Líbia e deixa milhões de seres humanos sem água e comida, joga no desemprego milhões de jovens, mais do que nunca é necessário reafirmarmos nosso compromisso com a construção do socialismo. Por isso, este ato é também para renovar nosso compromisso de continuar essa luta. Pouco antes de morrer, Manoel Lisboa falou com a companheira Maria do Carmo e nos deixou sua última palavra de ordem, pediu para que continuássemos o trabalho do Partido. Hoje, Manoel, o PCR conta com centenas de militantes em todos os cantos do país e reafirma esse compromisso com a causa pela qual deste tua vida”, disse Falcão.
Em todos os momentos do ato, a plateia manifestou muita combatividade e emoção. Várias falas, palavras de ordem, declamação de poesia e bandeiras vermelhas com o rosto dos nossos heróis tremulavam enchendo o ambiente de energia revolucionária. Por fim, a comemoração foi encerrada com uma grande festa ao ritmo dos tambores do samba e da voz da Negra Dija que fez todos se confraternizarem e se prepararem para as lutas que avançam a cada dia.
PCR-SP