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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

ONU revela que uma a cada oito pessoas passam fome no mundo

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ONU revela que uma a cada oito pessoas passam fome no mundoO relatório “O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2012 (SOFI)” publicado em outubro deste ano por  três agências da Organização das Nações Unidas (ONU) – FIDA(Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola),FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e PMA(Programa Mundial de Alimentos) – revelou que uma a cada oito pessoas passam fome no mundo, totalizando cerca de 868 milhões famintos (12,5% da população mundial).Destes, aproximadamente 16 milhões encontram-se nos países desenvolvidos, mostrando que as contradições do capitalismo e as condições sub-humanas a que estão submetidos a maioria da população também  estão presentes nos países considerados ricos, onde falsamente a mídia burguesa, os países imperialistas e os exploradores fazem propaganda de que estes lugares são o paraíso e as pessoas possuem seus direitos garantidos e ampla qualidade de vida.

Os dados são ainda mais críticos nos países considerados subdesenvolvidos, nações que na verdade sofreram duras invasões e saques de suas riquezas durante décadas por países como Inglaterra, Estados Unidos, França e, até hoje, continuam com sua soberania ameaçada pela ganância e aprofundamento da miséria pelos que se acham donos do mundo. Segundo o relatório, nas últimas duas décadas, houve aumento da fome na África, de 175 milhões para 239 milhões de pessoas, sendo este crescimento de 20 milhões nos últimos quatro anos. Na Ásia e no Pacífico houve uma redução de aproximadamente 30% (de 739 para 563 milhões de pessoas), mas ainda assim os números mostram que houve pouca mudança quantitativa e qualitativa nos últimos vinte anos para os que todos os dias não têm do que se alimentar. As “missões de paz” dos Estados Unidos nestes países, onde são enviados exércitos e armas para dar “segurança e organizar” a população( ao invés de irem médicos, professores, alimentos, remédios como tem enviado o estado Cubano), possui na verdade o objetivo de reprimir o povo, controlar as riquezas destes países e não permitir que governos populares, democráticos e soberanos se organizem.

No Caribe e na América Latina tem-se atualmente 49 milhões de famintos, sendo deste total 13 milhões de Brasileiros, o quase equivalente a população do estado da Bahia(atualmente com 14,01 milhões de habitantes – Dados do IBGE 2012). É evidente que persiste o alto índice de subnutridos crônicos no Brasil, mesmo que neste período tenha ocorrido no país uma redução de 14,9% (1990-1992) para 6,9% (2010-2012) devido aos programas sociais desenvolvidos pelo governo, em especial o Programa Bolsa Família.

A desnutrição infantil a nível mundial ameaça 500 milhões de crianças, afeta o crescimento e leva a morte 2,5 milhões todos os anos. Segundo estudo realizado nos países da Índia, Bangladesh, Peru, Paquistão e Nigéria pela ONG Save de Chidren, as famílias não possuem condições financeiras para comprar carne, leite e vegetais.  No relatório da organização divulgado em fevereiro deste ano, essas crianças podem ter problemas de crescimento nos próximos 15 anos devido a desnutrição e um a cada cinco pais entrevistados revelaram que seus filhos abandonam a escola para trabalhar e ajudar a comprar comida.

Apesar de todo o desenvolvimento técnico, alta produção de alimentos e a humanidade ter o domínio suficiente de conhecimento para eliminar todas as formas de insegurança alimentar e subnutrição, temos visto milhões morrerem ou ter seu futuro comprometido. Para o estado burguês o principal motivo da situação atual são as crises econômicas. No entanto, podemos citar alguns fatos que assim como a crise sempre existirão enquanto o capitalismo organizar a estrutura social: Especulação financeira no mercado de alimentos; Problemas de distribuição, chegando a desperdiçar cerca de um terço da produção; Agronegócio e monocultura que gera concentração de renda, dos meios de produção e da terra, em detrimento da agricultura familiar e comunitária; Exportação de alimentos de qualidade e em larga escala, retenção nacional dos de baixa qualidade; Domínio da produção agrícola por grandes empresas agroindustriais de monopólio estrangeiro e nacional, gerando aumento nos preços dos alimentos; Redução na produção de alimentos para o plantio voltado para produção de biocombustíveis; Tudo isso é consequência do sistema econômico e social, o capitalismo, onde os meios de produção são de propriedade privada, o trabalho para produzir é executado por toda a sociedade, mas os produtos não são socializados, vão para a minoria detentoras dos meios de produção. Isso reflete diretamente na agricultura, em seus ramos de produção e sua estrutura de organização, portanto temos a agricultura capitalista, pois ela está submetida as leis do capitalismo. O lucro e o favorecimento das empresas agroindustriais e da burguesia estão acima de tudo. Para os trabalhadores (que possuem apenas sua força de trabalho para vender) resta a exploração, condições de vida desumanas e baixos salários para comprar alimentos caros.

A erradicação da fome vai além de aumentar a quantidade de alimentos disponíveis para as famílias em risco, é necessário garantir a qualidade destes alimentos em termos de segurança, nutrientes e diversidade. É necessário por fim ao agronegócio e garantir que a produção esteja ligada as necessidades sociais, que todos tenham acesso ao direito mais básico da vida e que os preços dos alimentos não seja refém da especulação financeira. Enquanto a sociedade estiver organizada segundo as leis do capitalismo será impossível garantir que estes 868 milhões não passem fome, pois essa miséria gera lucro e mantem as riquezas da burguesia, a minoria da sociedade e classe dominante, dona dos meios sociais de produção. Como diria Karl Marx “Qualquer que seja a taxa dos salários, alta ou baixa, a condição do trabalhador deve piorar à medida em que se acumula o capital. Trata-se de uma lei que estabelece uma correlação fatal entre a acumulação do capital e a acumulação de miséria, de modo que a acumulação de riqueza em um pólo é igual à acumulação de pobreza, de sofrimento, de ignorância, de embrutecimento, de degradação moral, de escravidão no polo oposto, no lado da classe que produz o próprio capital.”¹ Portanto, cabe a classe oprimida construir um novo sistema econômico, onde os meios de produção e o que for produzido serão de propriedade social, todos terão direito iguais e a fome não terá necessidade de existir para beneficiar e manter a classe exploradora, pois esta sociedade estará organizada pelo povo e para o povo: “O proletariado toma o poder político e, por meio dele, converte em propriedade pública os meios sociais de produção”.² Esse sistema econômico e social que o povo almeja e tem construído no dia-dia através de todas as mobilizações contra o capitalismo e suas contradições e em cada luta pelo direito dos trabalhadores, se chama Socialismo. Quem tem dúvidas de sua eficiência e igualdade social deverá olhar para o exemplo Cubano, único país que erradicou a desnutrição infantil e a pobreza será eliminada em 2015 (Dados da Unicef), enquanto isso a Meta do Milênio das organizações da ONU é reduzir até lá em 50% o número de famélicos, ou seja, até 2015 muito morreram de fome.

O povo Brasileiro e de todos os países sonha com uma sociedade livre, igualitária e onde todos possuam os direitos humanos garantidos, e isso só poderá ser conquistado através da organização popular e do Partido Revolucionário para guiar os explorados, que juntos levaram à êxito a luta cotidiana pela construção do Socialismo.

Lidiane Monteiro
Estudante de Física da UFRPE, Coordenadora-geral do DCE-UFRPE 

Referências

¹ Karl Marx, O Capital – Volume I (1867)
² Friedrich Engels, Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico (1877)

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1 COMENTÁRIO

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