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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Trabalhadores egípcios tomam as ruas contra novo golpe

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Com o objetivo de se manter no poder mesmo contra a vontade do povo e estabelecer uma nova ditadura no Egito, o presidente Mohamed Muorsi anunciou no último dia 22 de novembro que as declarações constitucionais, decisões e leis elaboradas por ele até o fim da elaboração da nova Constituição são definitivas e não podem ser anuladas nem mesmo pela Suprema Corte. Com essas medidas, o presidente tirou o poder da Justiça de dissolver o Parlamento, demitiu o procurador-geral, decretou sua autoimunidade judicial e determinou a retomada dos processos contra os membros da deposta ditadura de Hosni Mubarak. O presidente também passou a acumular o Legislativo, já que o Parlamento foi dissolvido em junho.

Em resposta ao que consideram um novo golpe de Estado, milhares de egípcios tomaram as ruas nas principais cidades do país exigindo a saída do presidente do poder e queimaram as sedes do partido do Governo em quatro cidades. Na famosa Praça Tahrir, no Cairo, os manifestantes gritavam “Mubarak, diga a Mursi que a prisão vem logo depois do trono” e pediam sua saída imediata. Em resposta, a Polícia lançou gás lacrimogêneo contra os manifestantes e prendeu mais de 130 pessoas.

Para os apoiadores do atual presidente, o decreto foi uma maneira de “preservar a revolução” e “acelerar a transição”. No entanto, a oposição acusa Mursi de querer deter os mesmos poderes do ex-ditador Hosni Mubarak e de se tornar um “novo faraó”. “Isso é um golpe de Estado contra a legalidade. Chamamos todos os egípcios a protestar em todas as partes do Egito”, disse Sameh Ashur, membro da ordem dos advogados.

A retomada das grandes manifestações por mudanças democráticas no Egito revela, além da disposição de luta desse povo, uma tomada de consciência por parte da juventude e dos trabalhadores do país, cansados de serem enganados e de verem seus direitos pisados. Iniciaram um processo de construção de uma nova história e, agora, querem chegar até o fim, pois aprenderam que não há no mundo força maior que a de um povo em luta.

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