Após perder casas em enchentes, moradores são despejados

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Após perder casas em enchentes, moradores são despejadosA população da cidade metropolitana da Baixada Santista, Cubatão, passou por momentos de desespero. No dia 22 de fevereiro, após uma intensa chuva, o rio Pilões, que fica na cidade, transbordou, a água atingiu 2 metros de altura no bairro de Água Fria e dezenas de casas foram arrastadas. Pelo menos 980 famílias viviam nos locais atingidos pelas enchentes.

Para fugir da enchente que logo virou uma correnteza, várias pessoas tiveram que abandonar suas casas. Outras, que não imaginavam que a água subiria tanto, ficaram ilhadas, tendo que subir no telhado de suas casas à espera de socorro.

No dia seguinte ginásios esportivos e escolas tiveram que servir de alojamento para cerca de 1500 pessoas que ficaram desabrigadas, sem contar com aqueles que foram para a casa de parentes.

Muito insatisfeitos com a situação, os desabrigados organizaram um mutirão e ocuparam 460 apartamentos no entorno, os quais fariam parte de um conjunto habitacional. Uma parte já estava pronta há algum tempo e outra parte estava em construção.

As palavras de alguns dos ocupantes explica bem a situação na cidade: “Não tenho onde morar, não tenho parente próximo. Nem a prefeitura, nem o governo do estado dão uma situação para nós, o que é que agente vai fazer? Porque eu acho que eles deviam ter pensado antes disso acontecer, ter um plano de prevenção, e não teve isso! Então eu acho que eles são responsáveis sim pelo que aconteceu com nós”, disse um dos ocupantes.

“Eles pensam que estou aqui por luxo? Estou aqui por necessidade!”, explica Simone Teixeira, dona de casa, também ocupante.

No mesmo dia a policia foi até o local, por ordem da prefeitura e deu um prazo de 24 horas para fazer a reintegração de posse pacífica. E assim foi feito no dia seguinte.

Diante deste quadro, fica a reflexão: até quando será possível suportar governos que nunca se responsabilizam pelos problemas do povo? Eles culpam a natureza pelas catástrofes, mas será que não imaginavam que o rio poderia transbordar, sendo que a própria população já alertava há tempos as autoridades?

O desrespeito é grande, o sistema capitalista serve apenas para quem é rico, enquanto o pobre é jogado na miséria, tendo que pagar aluguel para morar. Por isso temos que lutar não só pela moradia digna, mas também por um governo do povo e que sirva ao povo.

Thainá Siudá